Quem tem seguido a triste história da Caixa Económic Montepio
Geral percebe que estamos lentamente a ser preparados para um final já visto
com o BPN e com o BES.
O Montepio está falido e, embora esperneie por todo o
lado, o seu fim será a resolução ou uma doação disfarçada de venda, como está a
acontecer com o BES.
Quem tem depositado algum dinheiro no Montepio já se terá
apercebido do desespero do Banco ao oferecer taxas de juros irreais a quem
deposite lá dinheiro. Tão irreais que faz lembrar (a pequena escala) os
esquemas do Madoff.
No entanto, a verdade dos números é incontornável e dentro
de pouco meses veremos a triste história da banca pública e privada portuguesa
repetir-se. Também por isso não havia necessidade de envolver a Santa Casa da
Misericórdia nisto. Não se percebe que a Santa Casa da Misericórdia entre no
capital social de um banco em pré-falência. É dinheiro deitado ao lixo.
O ministro Vieira da Silva diz que vê com “simpatia e
naturalidade” a entrada da Santa Casa no Montepio. Vieira da Silva devia pagar
imposto pelas suas lamentáveis declarações. O Montepio já nem um banco a sério
consegue ser, “aquilo” já nem um monte é, mas antes um buraco enorme e sem
fundo. Todo o dinheiro que lá cai some-se.
É bem possível que, daqui a semanas, o líder do Montepio seja
constituído arguido num processo escabroso de corrupção. A isto se seguirá
revelações importantes sobre as mal-cheirosas entranhas dos negócios em que o Montepio esteve envolvidos nos últimos anos.
A Santa Casa não devia ter cedido a pressões políticas para
tapar o sol com a peneira, porque aquela peneira não paga impostos e foi feita
para acorrer a necessidade de gente pobre e não aos desvarios de
um banco caído em desgraça.
GAVB