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domingo, 26 de março de 2017

O WhatsApp ENCRIPTOU-NOS A SEGURANÇA


O governo inglês foi da esperança à incredulidade quando, depois de saber que o terrorista dos atentados desta semana em Londres enviou uma mensagem através da WhatsApp a alguém, percebeu que a WhatsApp não lhe ia disponibilizar o conteúdo dessa mensagem porque... não tinha meios para o fazer.
Tomando como verdadeira a informação do WhatsApp – a troca de mensagens está de tal modo encriptado que nem a WhatsApp consegue aceder ao seu conteúdo – então, estamos perante um problema enorme.
O direito à privacidade na transmissão de mensagens é um direito importantíssimo, mas tem de conter exceções (como acontece com praticamente todos os direitos) … executáveis. Não é admissível que a WhatsApp nos diga que não tem meios de desencriptar aquela mensagem. Nem ela nem o Facebook, nem o Twitter ou outra qualquer empresa que assegure o fluxo de mensagens entre pessoas através da internet.

Uma empresa deve assegurar e defender os princípios de privacidade com que se compromete, mas é inconcebível que não tenha meios de os monitorizar, de os descodificar, quando a segurança de outras pessoas está em causa. 
Uma empresa que assim atua é um perigo público e deve ser obrigada a alterar imediatamente procedimentos para continuar a existir.
A mensagem que a WhatsApp passou à comunidade terrorista foi de que através do seu canal de comunicação nunca os seus membros seriam denunciados. Até em termos de comunicação e responsabilidade, a intervenção da responsável pelo WhatsApp foi desastrosa.
Aceder a conversas privadas deve ser apenas possível em casos muito particulares e específicos, tipificados na lei, mas não pode ser impedido.
Não podemos criar novas formas de comunicar e negligenciar a segurança de quem as usa.

GAVB

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