O governo inglês foi da esperança à incredulidade quando,
depois de saber que o terrorista dos atentados desta semana em Londres enviou
uma mensagem através da WhatsApp a alguém, percebeu que a WhatsApp não lhe ia
disponibilizar o conteúdo dessa mensagem porque... não tinha meios para o
fazer.
Tomando como verdadeira a informação do WhatsApp – a troca
de mensagens está de tal modo encriptado que nem a WhatsApp consegue aceder ao
seu conteúdo – então, estamos perante um problema enorme.
O direito à privacidade na transmissão de mensagens é um
direito importantíssimo, mas tem de conter exceções (como acontece com
praticamente todos os direitos) … executáveis. Não é admissível que a WhatsApp
nos diga que não tem meios de desencriptar aquela mensagem. Nem ela nem o Facebook, nem o Twitter ou outra qualquer empresa que assegure o fluxo de
mensagens entre pessoas através da internet.
Uma empresa deve assegurar e defender os princípios de
privacidade com que se compromete, mas é inconcebível que não tenha meios de os
monitorizar, de os descodificar, quando a segurança de outras pessoas está em causa.
Uma empresa que assim atua é um perigo público e deve ser obrigada a alterar imediatamente procedimentos para continuar a existir.
A mensagem que a WhatsApp passou à comunidade terrorista
foi de que através do seu canal de comunicação nunca os seus membros seriam
denunciados. Até em termos de comunicação e responsabilidade, a intervenção da responsável
pelo WhatsApp foi desastrosa.
Aceder a conversas privadas deve ser apenas possível em
casos muito particulares e específicos, tipificados na lei, mas não pode ser
impedido.
Não podemos criar novas formas de comunicar e negligenciar
a segurança de quem as usa.
GAVB
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