Podem o governo e as
instituições médicas internacionais fazer as campanhas que quiserem que a taxa
de cesarianas em Portugal continuará alta. Atualmente uma em cada quatro
mulheres portuguesas que são mães num hospital público, tem de recorrer à
cesariana. Se tivermos a falar de um hospital privado o número dispara para 66%
dos partos efetuados com recurso à cesariana, ou seja, duas em cada três
mulheres.
A grande conclusão a retirar é
que as mulheres que podem pagar um parto “privado” querem-no com cesariana.
Muitas vezes, a possibilidade de escolherem entre parto natural e cesariana é determinante na seleção do local
onde querem ter o seu bebé.
Podem os estudos dizer que a
obesidade e a diabetes, em crescimento entre as mulheres em idade fértil, justificam
o elevado número de cesarianas, mas as mulheres sabem perfeitamente que a razão
principal é o conforto, a diminuição drástica da dor que o parto por cesariana
traz à mulher.
Por outro lado, os hospitais
privados sabem que, sem cesariana, o interesse das parturientes pelos seus
serviços diminuiria consideravelmente, por isso vão continuar a promovê-las,
até porque assim há um conjunto de serviços médicos que se pode acrescentar à
conta.
Um estudo recente demonstra que as cesarianas fazem com que os bebés nasçam cada vez maiores e
mais pesados, ou seja, quem começa com uma cesariana ainda fica com mais receio
de tentar um parto natural, numa segunda gravidez.
As razões que sustentam o
desaconselhamento das cesarianas são ponderosas, mas não tanto que levem a mulher
portuguesa a mudar de opção, desde que tenha carteira para pagar.
No momento da decisão, o medo
cénico e real do parto empurra muitas mulheres para a cesariana. No entanto,
convém lembrar que a cesariana obriga àquele «pequeno pormenor» da anestesia
geral, que faz gelar qualquer um. Por isso, penso que não é levianamente que
uma mulher opta pelo parto com cesariana.
Com os dados médicos atuais,
acho que devemos respeitar a sua opção, até porque num parto não devemos apenas
ter em conta a evolução futura do corpo humano, mas também a saúde do bebé e da
mãe.
GAVB
Quando escrevemos sobre um determinado tema devemos saber exactamente do que falamos!
ResponderEliminarSim é verdade que hoje as cesarianas são um negócio.Infelizmente!
Sim é verdade que muitas mulheres optam pela cesariana porque a consideram menos dolorosa.Infelizmente!
Mas, não, não é verdade que a anestesia tenha que ser geral! Na maioria dos casos de cesariana a anestesia é a epidural, a mesma que é utizada num parto normal. Só em casos excepcionais se utiliza a anestesia geral nas cesarianas.
É verdade que a anestesia não tem de ser geral. Já reconheci isso em resposta a vários comentários de outros leitores. O conhecimento que tinha de familiares e amigos é que me induziu nesse erro. No entanto, o perigo que esta representa para a mãe,mesmo sendo epidoral, mantêm-se. E essa era a minha intenção ao falar de anestesia.
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