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quarta-feira, 26 de junho de 2019

ELA SIM, MAS ELE JAMAIS


A Maria é professora e também é estúpida. Ela sabe que é estúpida porque o João, o seu marido, lho explica. Explica sempre tudo o que a Maria expressa. E o João sabe o que diz. O João não tem nenhuma formação específica e prefere o café ao trabalho. Mas o João não é estúpido porque o João é homem e os homens não são estúpidos.

A Raquel tem cinquenta anos. A Raquel é velha. Ela sabe que é velha porque o Pedro, o seu companheiro, a esclarece com frequência. Aponta-lhe os cabelos brancos, as rugas no rosto, a flacidez das mamas. O Pedro tem 55 anos, cabelos grisalhos, duplo queixo e uma barriga que encobre a sua pouca masculinidade. Mas o Pedro não é velho porque o Pedro é homem e os homens não envelhecem.

A Filipa é estudante. E é puta. Ela sabe que é puta porque o Miguel, o seu namorado, lho explica. às vezes, com manifestações físicas: já rasgou o decote do seu top, já lhe esfregou o batom pelo rosto, já a proibiu de usar certas saias.
O Miguel implora sexo a tudo o que mexe; oferece-se em praças públicas; exibe-se em tronco nu. Mas o Miguel não é puta porque os homens não são putas.

A Bárbara é uma mulher realizada. E é infeliz. Ela sabe que é infeliz porque a Joana, a sua mãe, a informa constantemente. "Precisas de alguém que te faça feliz!", repete. 
A Joana é casada com o Raul, pai da Bárbara. O Raul é um adúltero que se diverte a abusar psicologicamente da Joana. Continua casado por cobardia. Sente um desprezo natural pela inércia da companheira. Mas a Joana não é infeliz porque a Joana 'tem' um homem e quem 'tem' um homem não é infeliz.

terça-feira, 25 de junho de 2019

VIOLADA NA ONU

Phyllis Chesler foi violada na ONU. Proeminente feminista, buscou apoio no seu movimento e contou à líder, Gloria Steinem. Empurraram-na para o silêncio. O violador era um diplomata da Serra Leoa e mulher branca não acusa homem negro: o labéu do racismo mancharia o feminismo. Só as mulheres negras beberam a bica com ela. 

O feminismo caiu na armadilha de outro racismo. É anti-semita e camufla o sofrimento das mulheres islâmicas.Recomendaram a Phyllis a mordaça.
O feminismo ocidental só luta se o adversário for branco, de preferência de direita. Cala-se se o caso mete minorias étnicas.
«É cobarde», diz Phyllis, sua heroica militante. 

Manuel S. Fonseca 

segunda-feira, 24 de junho de 2019

VATICANO ADMITE PADRES CASADOS

No Sínodo para a Amazónia, a realizar em Outubro, o Vaticano debate, em Roma, a ordenação de homens casados, em áreas isoladas da Amazónia, Brasil.

A abolição do celibato na Igreja Católica não está prevista a curto ou médio prazo, mas a escassez de padres na América Latina pode abrir a porta a outras soluções. 
Para já trata-se apenas de uma proposta, mas tem a «bênção» do papa Francisco e promete causar celeuma, quando o outono chegar.
Ainda que esta potencial medida se destine apenas à Amazónia, onde a escassez de sacerdotes é por de mais evidente, é óbvio que a possível exceção, ao ser admitida, abre a porta a uma ampla discussão sobre um dos temas fraturantes dentro da Igreja.

Os críticos do padre Francisco podem dizer que o papa argentino parece atrair confusão e polémica, enquanto os seus defensores argumentarão que, para Francisco, não há temas-tabu e é preciso solucionar os problemas do quotidiano da Igreja de Cristo. 

Como é bom de ver, não se trata «apenas» de uma medida «ad hoc», mas de iniciar o debate sobre o celibato na Igreja Católica. Embora pense que o abolição do celibato não resolve por si só (longe disso) o problema da falta de padres na Igreja de Roma, acho que o Vaticano devia abrir a discussão do tema, dentro do seio da Igreja, ou seja, permitir que os cristãos de todo o mundo se pronunciem. Bem sei que a Igreja não está habituada a esta democracia, mas os tempos modernos não permitem mais decisões autocráticas. Elas estão definitivamente condenadas ao fracasso. 
Aguardemos por Outubro, porque a temperatura vai, por certo, subir no Vaticano.
GAVB

domingo, 23 de junho de 2019

ARMA QUE MATOU VAN GOGH VENDIDA EM LEILÃO POR PREÇO RECORDE

A arma que Vincent van Gogh, extraordinário pintor holandês do século XIX e uma das figuras incontornáveis da História da Pintura, utilizou para se suicidar foi a recentemente a leilão, sendo comprada por um preço três vezes superior à sua avaliação.
O comprador da «arma mais famosa da História da Arte» permanece incógnito, mas o preço por ele desembolsado, não: 162.500 euros.
O leilão, decorrido em Paris, teve o condão de reacendeu a polémica em torno da morte do icónico pintor, pois não é pacífica a tese de suicídio. 
Um grupo de investigadores norte-americanos defende, desde de 2011, que Van Gogh terá sido baleado acidentalmente. No entanto, para a leiloeira Lefaucheux, o revólver, com um calibre de 7mm, arrebatado por mais de 160 mil euros foi a "arma por detrás do suicídio do pintor", quando este tinha apenas 37 anos, em julho de 1890.

Não deixa de ser curioso que, passado pouco mais de um século sobre a morte deste extraordinário pintor pós-impressionista, ele se tenha tornado, postumamente, numa máquina de fazer dinheiro, quando em vida vendeu apenas um quadro, A Vinha Encarnada,  à amiga e pintora Anna Bosch, negócio intermediado pelo irmão Théo, que durante mais de uma década financiou a sua arte. 
Hoje até o revólver que pôs termo à sua vida é vendido por um preço exorbitante, o que não deixa de nos fazer refletir sobre os estranhos caminhos da fama, da glória e da riqueza que daí advém.

quinta-feira, 20 de junho de 2019

PROMETO TE QUERER ATÉ O AMOR CAIR DOENTE



Preciso não dormir
Até se consumar
O tempo da gente
Preciso conduzir
Um tempo de te amar
Te amando devagar e urgentemente

Pretendo descobrir
No último momento
Um tempo que refaz o que desfez
Que recolhe todo sentimento
E bota no corpo uma outra vez



Prometo te querer
Até o amor cair
Doente, doente
Prefiro, então, partir
A tempo de poder
A gente se desvencilhar da gente

Depois de te perder
Te encontro, com certeza
Talvez num tempo da delicadeza
Onde não diremos nada
Nada aconteceu
Apenas seguirei
Como encantado ao lado teu

letra: Chico Buarque  
música: Cristovão Bastos

terça-feira, 18 de junho de 2019

HEI-DE INVENTAR UM VERSO QUE VOS FAÇA JUSTIÇA

Companheiros


quero
escrever-me de homens
quero
calçar-me de terra
quero ser
a estrada marinha
que prossegue depois do último caminho


e quando ficar sem mim
não terei escrito
senão por vós
irmãos de um sonho
por vós
que não sereis derrotados



deixo

a paciência dos rios
a idade dos livros



mas não lego
mapa nem bússola
porque andei sempre
sobre meus pés
e doeu-me
às vezes
viver



hei-de inventar
um verso que vos faça justiça
por ora
basta-me o arco-íris


em que vos sonho

basta-te saber que morreis demasiado
por viverdes de menos
mas que permaneceis sem preço

companheiros



Mia Couto, no livro “Raiz de Orvalho”

VÊM AÍ NOVAS REGRAS DE ACESSO À UNIVERSIDADE


Para já é ainda uma proposta mas o mais certo é que passe a regra daqui por um ano, ou seja, para quem estiver este ano a concluir o 11.ºano. 
É dirigida aos melhores alunos que se candidatam a cursos superiores das Universidades de Lisboa e Porto, mas excluí… Medicina. 

O que diz a proposta? 
A proposta de despacho do Ministério das Ciências, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) introduz o “índice de excelência dos candidatos”, fator que passa a ser determinante na possibilidade das instituições de Lisboa e Porto, as mais cobiçadas, aumentarem ou diminuírem o número de vagas. Este índice e outras variáveis que poderão vir a ser introduzidas retiram a hegemonia da geografia na definição das vagas nos estabelecimentos públicos. 

Em concreto, a proposta enviada pelo Governo ao Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) e presidentes do Conselho Coordenador dos Institutos Politécnicos (CCISP) autoriza os cursos superiores de Lisboa e do Porto mais procurados por alunos de excelência – com notas iguais ou superiores a 17 valores – a aumentar as vagas até 15% no próximo ano. 

Esta disposição permite que cursos como Engenharia Física Tecnológica, Engenharia Aeroespacial e Matemática Aplicada e Computação, do Técnico, ou Engenharia e Gestão Industrial e Bioengenharia, da FEUP, aumentem o número de vagas já no próximo ano letivo. 

Se, no próximo ano, as Universidades de Lisboa e Porto vão poder oferecer mais vagas no ensino superior aos melhores alunos cursos mais procurados, com exceção de Medicina, este ano passe-se o contrário. 
As regras para este ano trazem cortes, mas cirurgicamente definidos. 

Eis a proposta: “Os estabelecimentos de Lisboa e do Porto que não registem qualquer candidato em primeira opção no concurso nacional de acesso com nota superior a 17, face ao número de vagas disponibilizadas, são obrigados a reduzir as vagas em pelo menos 5%”. Constituem exceção os ciclos de estudo que visem formação na área das competências digitais. 

De fora, quer do aumento, quer da diminuição das vagas, ficam os cursos de Medicina. 
Ou seja, cursos que não atraiam alunos de excelência perdem vagas. 

DISCRIMINAÇÃO POSITIVA: formação digital 
Outra das novidades que a proposta do Ministério da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior é a possibilidade das regiões com menor procura poderem aumentar em 5% o número de vagas, desde que “estejam em causa cursos que visem formação em competências digitais e em áreas consideradas estratégicas para a especialização da instituição”. 

Fonte: Diário Económico. 

O QUE FAZ SUBIR A NOTA DOS EXAMES NACIONAIS


Os melhores alunos usam o período de tolerância 
Em todos os exames nacionais os alunos têm um período suplementar de 30 minutos para concluírem as provas, para além dos 90, 120 ou 150 minutos de tempo regulamentar. 

Um estudo recente demonstra que “o tempo de tolerância é utilizado principalmente pelos melhores alunos e não pelos que têm mais dificuldades ou mais lentos”. Esta foi a conclusão a que chegou o Júri Nacional de Exames depois de ter comparado as médias obtidas em 2018 pelos alunos que utilizaram os 30 minutos a mais com os resultados dos que não usaram este tempo. 

Um exemplo: 1.ª fase do exame de Matemática A, do 12.º ano, a média dos que aproveitaram o tempo de tolerância foi de 10,6 valores, enquanto a média dos que saíram do exame logo que puderam não passou os 6,9 valores. É realmente significativo. 

O Júri Nacional de Exames destaca como “muito significativo” o facto de, em 2018, a grande maioria dos alunos ter utilizado o tempo de tolerância de 30 minutos nos exames de Desenho A (81%), Física e Química A (77%) e Matemática A (69%). 

As disciplinas em que pelo contrário o tempo de tolerância foi menos usado foram as História e Cultura das Artes (27%), Geografia A (28%) e Literatura Portuguesa (35%). 

Menos determinantes, mas ainda assim importantes, as Reapreciações de Exames e as Orais também contribuem para a melhoria de nota dos alunos. 

Em 2018 houve 2807 pedidos de reapreciações de exames 75% desses pedidos obtiveram melhor nota. Só 9% desceu a nota. 

Pelos vistos vale a pena reclamar, ou dito de uma maneira mais suave, “pedir uma segunda opinião”. 

Por último, outra conclusão que se extrai dos resultados exames nacionais de 2018 é que a avaliação da oralidade melhora a nota. Aconteceu sobretudo nos exames de Inglês e Francês, mas não nos de Alemão. Este dado é surpreendentemente, mas talvez mostre duas coisas: o razoável domínio do inglês e francês falado e que na oral, onde a subjetividade da classificação é maior, os professores tendem subir a nota aos alunos.

Conclusão: a nota dos exames sobe quase sempre, quando os alunos usam todos os meios ao seu dispôr para o conseguir: mais tempo, oral ou reapreciação.
Claro que antes de mais convém ter ido às aulas, estudar de maneira contínua e aplicada.

domingo, 16 de junho de 2019

500 MILHÕES E UMA CENTENA DE MORTES DEPOIS, O SIRESP REGRESSA AO ESTADO



Parece consensual que é bom que o Siresp volta ao domínio do Estado, mas foi preciso morrer gente que devia ter sido salva para ganharmos consciência de que há serviços que não devem sair do controlo do Estado. 

É curioso, mas não surpreendente, não aparecerem agora os paladinos do Privado, como "aqueles que fazem sempre melhor e mais barato que o Público." 
Onde estão eles agora? Não quererão assumir o controle do Siresp? ou de um posto dos correios em cada sede de concelho? Não quererão eles manter abertos os Centros de Saúde dos concelhos do interior do país? Os milhares, provavelmente milhões, que passam a vida a dizer mal do Estado, dos serviços públicos, dos funcionários públicos, não quererão agora assumir que 500 milhões de euros é muito dinheiro para deixar morrer mais de cem pessoas, durante uns dias de incêndios, em Portugal?

A iniciativa privada é importante em qualquer país democrático e com economia de mercado, mas não se pode confundir isso com mesquinhez, inveja, deficiente visão da realidade. É preciso ter a clara noção daquilo que a sociedade nunca deve abrir mão, sob pena de se dissolver.

A saúde privada, a segurança privada, o ensino privado, a proteção civil privada, a justiça privada, a eletricidade privada, a água privada, os serviços de transporte privados, os museus privados, as praias privadas... No fundo, para que precisamos que exista governo, país, território, língua, se o povo quer pôr tudo à venda?

GAVB

quarta-feira, 12 de junho de 2019

GRANDE REPORTAGEM ANTENA 1 "Quem Quer Ser Professor?"

Em Portugal cerca de 1% dos professores do ensino obrigatório têm menos de 30 anos e cada vez mais jovens fogem da profissão.

Recentemente um estudo revelou que 75% dos professores portugueses apresentam níveis preocupantes de exaustão emocional e que apenas 1% dos docentes têm menos de 30 anos. As escolas estão a ficar grisalhas e os jovens fogem, cada vez mais, da profissão de professor.

Na grande reportagem "Quem quer ser professor?", o jornalista João Torgal ouve os desabafos de quem sonhou ensinar e agora já só pensa em desistir. 


"Quem quer ser professor?” é a Grande Reportagem Antena1 de João Torgal com sonoplastia de Paulo Cavaco.

SACANAGEM


Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não nos contaram que amor não é racionado nem chega com hora marcada. 


Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais rápido. 

Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um", duas pessoas pensando igual, agindo igual, que isso era que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável. 

Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos.

Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Ninguém nos disse que chinelos velhos também têm seu valor, já que não nos machucam, e que existe mais cabeças tortas do que pés. 

Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que poderíamos tentar outras alternativas menos convencionais. 
Sexo não é sacanagem. Sexo é uma coisa natural, simples - só é ruim quando feito sem vontade. 
Sacanagem é outra coisa. É condicionarem-nos a um amor cheio de regras e princípios, sem ter o direito à leveza e ao prazer que nos proporcionam as coisas escolhidas por nós.


Martha Medeiros (escritora)

segunda-feira, 10 de junho de 2019

A BICICLETA MARCA O RITMO DE AMESTERDÃO


A bicicleta é um dos ícones mais glamourosos de Amesterdão. Existem centenas nas pontes dos vários canais da Veneza do Norte, mas a sua importância está muito para além do estético.

A bicicleta faz parte do ADN dos habitantes da capital holandesa. Grande parte deles utilizam-na como meio de transporte, percorrendo as ruas da cidade à velocidade dos automóveis. Vemo-las de várias formas, cores e tamanhos, nos impressionantes estacionamentos de bicicletas em frente à estação central de Amesterdão, conduzidas por jovens e idosos, com uma destreza fora do comum.

É cultural, mas também ambiental e mental. A ligação à bicicleta começa na mente, no estilo de vida que se quer ter, na mensagem que se passa a quem chega.
Só a bicicleta permite aquele estilo descontraído, que a cidade de Vincent Van Gogh tanto se gaba; faz fluir o trânsito e desenvolve o impressionante físico dos holandeses e holandeses.


Andar de bicicleta em Amesterdão, ou noutro qualquer lugar dos Países Baixos é uma tentação para o corpo e para a alma. É fácil qualquer um de nós imaginar-se a percorrer o labirinto da cidade, montado na sua bike holandesa, apreciando a paisagem, desviando-se dos turistas, sorvendo a forte brisa da tarde como quem bebe uma Heineken e pensa logo em pedir outra.

Como os barcos nos canais, a bicicleta marca o ritmo de Amesterdão e faz-nos questionar o nosso tóxico estilo de vida. Afinal, é possível retirar os carros e os gases da cidade, não perder o elo com a natureza e fortalecer o corpo tratando do ambiente.

P.S. Em Amesterdão, algumas bicicletas não têm travões mas os acidentes são raros. Elas lembram-me as amplas liberdades de os seus habitantes tanto se gabam e orgulham. Tanto num caso como no outro, o segredo está está quase sempre no grau de maturidade dos ciclista.

GAVB