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domingo, 16 de junho de 2019

500 MILHÕES E UMA CENTENA DE MORTES DEPOIS, O SIRESP REGRESSA AO ESTADO



Parece consensual que é bom que o Siresp volta ao domínio do Estado, mas foi preciso morrer gente que devia ter sido salva para ganharmos consciência de que há serviços que não devem sair do controlo do Estado. 

É curioso, mas não surpreendente, não aparecerem agora os paladinos do Privado, como "aqueles que fazem sempre melhor e mais barato que o Público." 
Onde estão eles agora? Não quererão assumir o controle do Siresp? ou de um posto dos correios em cada sede de concelho? Não quererão eles manter abertos os Centros de Saúde dos concelhos do interior do país? Os milhares, provavelmente milhões, que passam a vida a dizer mal do Estado, dos serviços públicos, dos funcionários públicos, não quererão agora assumir que 500 milhões de euros é muito dinheiro para deixar morrer mais de cem pessoas, durante uns dias de incêndios, em Portugal?

A iniciativa privada é importante em qualquer país democrático e com economia de mercado, mas não se pode confundir isso com mesquinhez, inveja, deficiente visão da realidade. É preciso ter a clara noção daquilo que a sociedade nunca deve abrir mão, sob pena de se dissolver.

A saúde privada, a segurança privada, o ensino privado, a proteção civil privada, a justiça privada, a eletricidade privada, a água privada, os serviços de transporte privados, os museus privados, as praias privadas... No fundo, para que precisamos que exista governo, país, território, língua, se o povo quer pôr tudo à venda?

GAVB

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