Se há setor onde ainda não se discute ao cêntimo o dinheiro
gasto é a Saúde, porque “com a saúde não se brinca” nem se discute preço.
Apesar desta ser uma verdade cada vez mais relativa, ainda é a Saúde o setor
que mais recursos financeiros consome em Portugal.
Algumas notícias, do dia de hoje, dão conta de uma realidade
que nos sai cara e que torna os hospitais portugueses locais menos confiáveis do que já foram – o trabalho tarefeiro.
Este tipo de expediente institucionalizou-se,
sobretudo com a chegada da troika a Portugal, altura em que a emergência
financeira impediu que muitos lugares do quadro médico e de enfermagem fossem
corretamente preenchido.
Quem frequenta os hospitais já se deu conta de que muitos
médicos, que os atendem, não têm qualquer vínculo ao hospital onde trabalham e
que isso afetam sobremaneira a qualidade do ato médico. Este tipo de trabalhador
é pago à hora e, nos últimos quatro anos, Portugal gastou quase 100 milhões de
euros com o pagamento de horas aos tarefeiros da Saúde, ou seja, dois milhões
de euros por mês.
Além das graves entorses que causam ao regular
funcionamento dos hospitais públicos e privados, a medida, supostamente economicista, custa muito caros aos contribuintes, apesar dos médicos receberem muito pouco, pois grande parte do
valor pago pelo Estado fica no intermediário, ou seja, nas empresas de médicos e
enfermeiros que faturam sem nenhum esforço.
Governar não é fazer apenas o que nos mandam nem aquilo que
resolve momentaneamente um problema mas cria outro de maior dimensão.
A troika
já se foi embora há algum tempo e por isso já era tempo do Ministério da Saúde pôr
em prática um plano sustentado e coerente de substituição do trabalho tarefeiro
pela abertura de vagas no quadro dos hospitais.
A Saúde dos portugueses e das finanças públicas ia melhorar
a olhos vistos se deixássemos de pagar milhões por médicos que apenas ganham
tostões e andam exaustos de tanto saltarem de hospital em hospital.
GAVB
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