«O meu
pai não me deixou ir a casa da minha avó, quando eu estava com saudades dela.
Até parece que nunca teve saudades!»
A vida também feita de muitos desencontros, dolorosas
separações que não sabemos como enfrentar. Entre casais, com os filhos, com os
pais, com os amigos, às vezes, até com um sítio.
Um erro que cometemos com frequência é querer obrigar
aqueles que estão connosco a separarem-se também. É um erro terrível, insensato
e egoísta! Uma espécie de retaliação, com danos colaterais, que atinge os
inocentes que estão no meio.
É a mãe que proíbe os filhos de ficarem em casa do
ex-marido logo que sabe que este já tem uma nova namorada; é o pai que impede
as filhas de ver a avó, quando foi apenas ele que se zangou com a mãe; é a
pressão que fazemos com alguns amigos ou amigas para que deixem de falar ao
outrora nosso(a) melhor amigo(a), quando com ele(a) cortamos relações.
Estes desejos revelam apenas uma grande frustração e
imaturidade, até porque familiares e amigos não são marionetas ao serviço dos
nossos caprichos e vingançazinhas sem sentido.
A vida está cheia de relações que terminam de um modo
insatisfatório, por vezes injusto, mas essas são histórias que apenas a nós
dizem respeito. Por muito que ainda haja feridas por cicatrizar e as relações daqueles
que amamos desajudem, não temos o direito a constrangê-los, especialmente se
estivermos a falar de crianças, pois estas não têm poder para impor a sua
vontade.
Além de corrermos o risco de sermos solenemente enganados,
deixamo-nos consumir por atitudes mesquinhas, o que só atrasa a nossa
recuperação afetiva.
Crescemos muito mais na adversidade e na luta contra as
nossas imperfeições do que em atitudes egocêntricas.
GAVB
Sem comentários:
Enviar um comentário