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sexta-feira, 31 de março de 2017

NEM A SANTA CASA SALVARÁ O MONTEPIO


Quem tem seguido a triste história da Caixa Económic Montepio Geral percebe que estamos lentamente a ser preparados para um final já visto com o BPN e com o BES. 
O Montepio está falido e, embora esperneie por todo o lado, o seu fim será a resolução ou uma doação disfarçada de venda, como está a acontecer com o BES.
Quem tem depositado algum dinheiro no Montepio já se terá apercebido do desespero do Banco ao oferecer taxas de juros irreais a quem deposite lá dinheiro. Tão irreais que faz lembrar (a pequena escala) os esquemas do Madoff.

No entanto, a verdade dos números é incontornável e dentro de pouco meses veremos a triste história da banca pública e privada portuguesa repetir-se. Também por isso não havia necessidade de envolver a Santa Casa da Misericórdia nisto. Não se percebe que a Santa Casa da Misericórdia entre no capital social de um banco em pré-falência. É dinheiro deitado ao lixo.

O ministro Vieira da Silva diz que vê com “simpatia e naturalidade” a entrada da Santa Casa no Montepio. Vieira da Silva devia pagar imposto pelas suas lamentáveis declarações. O Montepio já nem um banco a sério consegue ser, “aquilo” já nem um monte é, mas antes um buraco enorme e sem fundo. Todo o dinheiro que lá cai some-se.
É bem possível que, daqui a semanas, o líder do Montepio seja constituído arguido num processo escabroso de corrupção. A isto se seguirá revelações importantes sobre as mal-cheirosas entranhas dos negócios em que o Montepio esteve envolvidos nos últimos anos.
A Santa Casa não devia ter cedido a pressões políticas para tapar o sol com a peneira, porque aquela peneira não paga impostos e foi feita para acorrer a necessidade de gente pobre e não aos desvarios de um banco caído em desgraça.

GAVB

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