Quando o Ministério da Educação apresentou o seu Perfil de
Aluno para o Século XXI, provavelmente não esperava que o Conselho Nacional de
Educação torcesse o nariz a um
documento tão abrangente e tão gerador de consenso entre os professores, mas a
verdade é que o Conselho Nacional de Educação quer alterações ao documento e, como forma de pressão, adiou o votação do seu parecer sobre o documento. É isso
que se pode depreender da necessidade de “continuar a aprofundar a discussão”,
que é como quem diz, façam lá as
alterações que vos propomos!
O CNE acha que o Perfil do Aluno ignora a importância
essencial da Matemática. Uma crítica substantiva, ainda que dita com todo o
comedimento. Possivelmente, o CNE acha o documento do ME algo demasiado soft e
ainda a precisar de várias afinações.
Estas reservas do CNE são um duro revés político para a
equipa de Tiago Brandão Rodrigues e deve ter morto as derradeiras esperanças
desta equipa governativa em levar a cabo uma transformação de monta no ensino, em
Portugal.
O CNE dá a entender que o currículo dos alunos tem mesmo um
núcleo duro inamovível (de que a Matemática faz parte) e que isso tem que ficar
claro no Perfil do Aluno para o século XX. Começam a entender-se melhor, agora,
as últimas notícias, vindas dos bastidores do ME.
Tiago Brandão Rodrigues vai reformular o «seu» Perfil de
Aluno Para o Século XX, porque, afinal, aquilo tinha sido apenas um esboço.
Cada vez mais tenho a convicção que as transformações na
Educação ou se fazem sorrateiramente, quase clandestinamente, ou então não se
fazem, porque todos os saberes, todas as competências, todas as disciplinas têm
igual valor e importância, mas há sempre uns que são mais iguais do que outros.
Gabriel Vilas Boas
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