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segunda-feira, 20 de março de 2017

UM PERFIL DE ALUNO QUE AINDA É UM ESBOÇO


Quando o Ministério da Educação apresentou o seu Perfil de Aluno para o Século XXI, provavelmente não esperava que o Conselho Nacional de Educação torcesse o nariz a um documento tão abrangente e tão gerador de consenso entre os professores, mas a verdade é que o Conselho Nacional de Educação quer alterações ao documento e, como forma de pressão, adiou o votação do seu parecer sobre o documento. É isso que se pode depreender da necessidade de “continuar a aprofundar a discussão”, que é como quem diz, façam lá as alterações que vos propomos!


O CNE acha que o Perfil do Aluno ignora a importância essencial da Matemática. Uma crítica substantiva, ainda que dita com todo o comedimento. Possivelmente, o CNE acha o documento do ME algo demasiado soft e ainda a precisar de várias afinações.
Estas reservas do CNE são um duro revés político para a equipa de Tiago Brandão Rodrigues e deve ter morto as derradeiras esperanças desta equipa governativa em levar a cabo uma transformação de monta no ensino, em Portugal.

O CNE dá a entender que o currículo dos alunos tem mesmo um núcleo duro inamovível (de que a Matemática faz parte) e que isso tem que ficar claro no Perfil do Aluno para o século XX. Começam a entender-se melhor, agora, as últimas notícias, vindas dos bastidores do ME.

Tiago Brandão Rodrigues vai reformular o «seu» Perfil de Aluno Para o Século XX, porque, afinal, aquilo tinha sido apenas um esboço.
Cada vez mais tenho a convicção que as transformações na Educação ou se fazem sorrateiramente, quase clandestinamente, ou então não se fazem, porque todos os saberes, todas as competências, todas as disciplinas têm igual valor e importância, mas há sempre uns que são mais iguais do que outros.

Gabriel Vilas Boas

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