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sexta-feira, 24 de março de 2017

VIVER SOZINHO


Em Portugal, o número de pessoas que vivem sozinhas já ultrapassa as 425 mil, quando há dez anos pouco passava as 280 mil. Apesar de já 21% da população portuguesa viver só, o nosso país ainda está longe da média da UE, onde praticamente uma em cada três pessoas vive sozinha.

Viver sozinho(a) passou de uma inevitabilidade da velhice a uma opção de vida de gente de todas as idades, sobretudo mulheres. 
Chega, finalmente, a Portugal um fenómeno, a que a Europa rica e cosmopolita já se tinha habituado no final do século passado. 
Nos países do norte da Europa (Dinamarca, Finlândia e Suécia) a média situa-se nos 50%, na Alemanha já está no 40% e a França e Itália ultrapassam os 33%, cada uma.

É certo que a Europa está velha e a morte de um dos cônjuges dita, regra geral, a solidão para o outro (quase sempre a outra), mas é ineludível não atendermos ao fenómeno social mais visível dos nossos tempos: viver sozinho, como opção de vida.
Muitos adultos preferem a liberdade e a independência de uma vida solitária às exigências de uma vida a dois.  Por muito importante e atrativa que a vida a dois possa ser, ela começa a ser encarada apenas como “mais uma” dimensão a ter em conta na vida de cada pessoa.
Estar com os amigos quando e como lhe apetecer, fazer escolhas profissionais sem constrangimentos familiares, viver segundo o estilo de vida que mais lhe convém, entre outros motivos, são razões poderosas que levam muitos adultos com 30, 40 ou 50 anos a optarem por viver sozinhos.   
Muitas vezes, tenho a sensação que não se trata somente de uma visão egoísta, oportunista e materialista da vida, mas também a busca de um certa tranquilidade afetiva ou de uma medida preventiva contra o desencanto vivido em experiências passadas ou anunciado nas histórias fracassadas dos amigos.

GAVB   

1 comentário:

  1. Uma forma, legítima, de evitar "males" emocionais maiores... digo eu. :)

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