Em Portugal, o número de pessoas que vivem sozinhas já
ultrapassa as 425 mil, quando há dez anos pouco passava as 280 mil. Apesar de
já 21% da população portuguesa viver só, o nosso país ainda está longe da média
da UE, onde praticamente uma em cada três pessoas vive sozinha.
Viver sozinho(a) passou de uma inevitabilidade da velhice a
uma opção de vida de gente de todas as idades, sobretudo mulheres.
Chega,
finalmente, a Portugal um fenómeno, a que a Europa rica e cosmopolita já se
tinha habituado no final do século passado.
Nos países do norte da Europa (Dinamarca,
Finlândia e Suécia) a média situa-se nos 50%, na Alemanha já está no 40% e a
França e Itália ultrapassam os 33%, cada uma.
É certo que a Europa está velha e a morte de um dos
cônjuges dita, regra geral, a solidão para o outro (quase sempre a outra), mas
é ineludível não atendermos ao fenómeno social mais visível dos nossos tempos:
viver sozinho, como opção de vida.
Muitos adultos preferem a liberdade e a independência de uma
vida solitária às exigências de uma vida a dois. Por muito importante e atrativa que a vida a
dois possa ser, ela começa a ser encarada apenas como “mais uma” dimensão a ter
em conta na vida de cada pessoa.
Estar com os amigos quando e como lhe apetecer, fazer
escolhas profissionais sem constrangimentos familiares, viver segundo o estilo
de vida que mais lhe convém, entre outros motivos, são razões poderosas que
levam muitos adultos com 30, 40 ou 50 anos a optarem por viver sozinhos.
Muitas vezes, tenho a sensação que não se trata somente de
uma visão egoísta, oportunista e materialista da vida, mas também a busca de
um certa tranquilidade afetiva ou de uma medida preventiva contra o desencanto
vivido em experiências passadas ou anunciado nas histórias fracassadas dos
amigos.
GAVB
Uma forma, legítima, de evitar "males" emocionais maiores... digo eu. :)
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