Em média, em Portugal, seis
adolescentes tornaram-se mães em 2016. É o número mais baixo de sempre, mas
quando vi esta dado, estampado na capa de um jornal diário de hoje, não o achei
nada simpático.
Olhando as estatísticas,
verificamos que Portugal tem feito um trabalho notável, junto das jovens
adolescentes, no que ao planeamento familiar diz respeito. Em 1980 nasceram
quase dezoito mil crianças de mães adolescentes- quase cinquenta por dias; mais
de duas por hora. Em 1990, a média já se situava nas vinte e sete por dia; em
2000, ficava pelas vinte gravidezes adolescentes por dia e agora (a meio da segunda
década deste século), o número já está nas seis por dia.
Em Portugal, o número de crianças nascidas
durante a adolescência das mães não chega a 3% do total de nascimento, o seja,
é já residual, ao contrário do que acontece no Brasil, onde, no ano passado,
houve 431 000 mães adolescentes, o que correspondeu a cerca de 20% do
total de nascimentos. A diferença é brutal!
Estes dados permitem concluir
que o trabalho dos gabinetes de planeamento familiar dos centros de saúde e
hospitais está a produzir resultados. A ligação com as escolas e a maior
cultura dos pais, que apoiam a intervenção das enfermeiras nas escolas e
dialogam mais com as filhas, foram fundamentais para chegarmos a estes
resultados.
Apesar dos resultados serem
encorajadores, volto à minha admiração inicial: ainda há seis adolescentes que
se tornam mães todos os dias. Provavelmente, grande parte destas gravidezes não
foram desejadas nem planeadas. Embora muito caminho já tenha sido percorrido,
falta ainda a reta final, de modo a termos menos de 1% de mães adolescentes.
Ser mãe ou ser pai exige
maturidade física, psicológica, afetiva, além das indispensáveis condições económicas.
Uma sociedade madura é aquela que cria as condições ótimas para que o seu
crescimento se faça de um modo consciente, seguro e harmonioso.
GAVB
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