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segunda-feira, 6 de março de 2017

SEIS POR DIA


Em média, em Portugal, seis adolescentes tornaram-se mães em 2016. É o número mais baixo de sempre, mas quando vi esta dado, estampado na capa de um jornal diário de hoje, não o achei nada simpático.
Olhando as estatísticas, verificamos que Portugal tem feito um trabalho notável, junto das jovens adolescentes, no que ao planeamento familiar diz respeito. Em 1980 nasceram quase dezoito mil crianças de mães adolescentes- quase cinquenta por dias; mais de duas por hora. Em 1990, a média já se situava nas vinte e sete por dia; em 2000, ficava pelas vinte gravidezes adolescentes por dia e agora (a meio da segunda década deste século), o número já está nas seis por dia.

Em Portugal, o número de crianças nascidas durante a adolescência das mães não chega a 3% do total de nascimento, o seja, é já residual, ao contrário do que acontece no Brasil, onde, no ano passado, houve 431 000 mães adolescentes, o que correspondeu a cerca de 20% do total de nascimentos. A diferença é brutal!
Estes dados permitem concluir que o trabalho dos gabinetes de planeamento familiar dos centros de saúde e hospitais está a produzir resultados. A ligação com as escolas e a maior cultura dos pais, que apoiam a intervenção das enfermeiras nas escolas e dialogam mais com as filhas, foram fundamentais para chegarmos a estes resultados.


Apesar dos resultados serem encorajadores, volto à minha admiração inicial: ainda há seis adolescentes que se tornam mães todos os dias. Provavelmente, grande parte destas gravidezes não foram desejadas nem planeadas. Embora muito caminho já tenha sido percorrido, falta ainda a reta final, de modo a termos menos de 1% de mães adolescentes.
Ser mãe ou ser pai exige maturidade física, psicológica, afetiva, além das indispensáveis condições económicas. Uma sociedade madura é aquela que cria as condições ótimas para que o seu crescimento se faça de um modo consciente, seguro e harmonioso.

GAVB

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