As princesas não
morrem! As princesas vivem contos de fadas: casam com o príncipe perfeito, são
invejadas e adoradas e constituem a esperança de um povo. Personificam a beleza
e o bem, a discrição e a candura.
Diana podia ter sido
isto tudo, mas não foi. A princesa que o povo amava, talvez porque era de carne
e osso como ele, entrou a alta velocidade no túnel da morte e de lá já não saiu
com vida.
Quando a
recém-divorciada princesa de Gales morreu em Paris, num acidente de viação às
primeiras horas do dia 31 de agosto de 1997, o primeiro-ministro britânico Tony
Blair foi o primeiro a resumir os sentimentos de uma nação em choque com a
perda da «sua» princesa. Eles iriam revelar-se nos dias seguintes com um força
descomunal, em diversas manifestações de pesar pela morte de Diana. Ao
contrário da rainha, o povo mostrava que a pureza do coração vence qualquer
convenção e protocolo.
Na morte como tantas
vezes durante a vida, Diana parecia personificar a relação mal resolvida de uma
realeza tradicional, perdida no seu labirinto de regras absurdas.
O discurso de Tony
Blair deu o tom ao sentimento popular de uma nação que amava a princesa que com
ela mais se personificava.
«Hoje sinto-me como
toda a gente neste país. Estou complemente devastado. Os nossos pensamentos e
orações estão com a família da princesa Diana, sobretudo com os seus dois
filhos. A nossa ternura vai para eles.
Somos hoje um país em
estado de choque, de luto, por um desgosto que é tão profundamente doloroso
para nós. Ela era um ser humano maravilhoso e terno, apesar de a sua própria
vida ter sido frequentemente afetada pela tragédia. Ela influenciou a vida de
tantos outros na Grã-Bretanha e no mundo com alegria e conforto.
Quantas vezes a
recordaremos de muitas maneiras diferentes – com os doentes, os moribundos, com
as crianças, com os necessitados? Com um simples olhar ou gesto que dizia muito
mais que as palavras, ela revelava a todos nós a profundidade da sua compaixão
e humanidade.
Tenho a certeza de que
mal imaginamos como as coisas foram difíceis para ela de vez em quando. Mas as
pessoas em toda a parte, não só aqui na Grã-Bretanha, confiavam na princesa
Diana. Gostavam dela, amavam-na, consideravam que fazia parte do povo.
Ela foi a Princesa do
Povo e assim será, assim ficará no nosso coração e na nossa memória para
sempre.»
Tony Blair