Em Inglaterra, no final
do século XV e início do século XVI, os Tudor mudaram a forma como se
construíam as casas até então.
As casas Tudor eram
construídas em madeira, que ficava parcialmente à vista. Mas antes de se montar
a estrutura em madeira, eram construídos os alicerces em pedra, ladeados por um
estribo sobrelevado no qual havia de encaixar as estruturas de madeira.
A estrutura original
era içada e depois usada como plataforma de elevação para puxar a estrutura
seguinte com cordas.
A madeira usada nas
casas Tudor era o carvalho, uma madeira muito comum em Inglaterra nos séculos
XV e XVI, resistente e fácil de cortar. Cortadas pelas mãos dos carpinteiros,
as traves eram bastante irregulares e conduziam a um acabamento assimétrico.
Seguidamente era
montada a chaminé, o que para a época foi algo de revolucionário. Substituindo
o sistema de salão medieval para dispersar o fumo, as casas Tudor
introduziram chaminés e lareiras
fechadas para canalizar o fumo para fora do edifício, permitindo que as
divisões para pequenas fossem aquecidas.
Ainda nesta fase de
construção, o primeiro piso era assoalhado e as escadas montadas, ainda e
sempre em madeira.
Colocados a estrutura,
o soalho e a chaminé, havia que preencher os espaços entre as estruturas de
madeira. Os ingleses usaram gradeados de vime, que preenchiam com um
revestimento à base de terra para proteger as suas casas contra a água e o
vento. O revestimento (uma forma primitiva do estuque) era uma mistura de terra
molhada, areia, argila, palha e excremento.
Feitas as paredes,
passava-se ao telhado. O edifício era coberto com telhado em colmo ou em telhas
toscos. Ao mesmo tempo eram postas as janelas. A criação do vidro no tempo dos
Tudor era ainda primitiva. Os artífices não conseguiam criar grandes painéis e
por isso as janelas destas casas eram compostas por painéis pequenos, unidos e
fixados por um gradeado de ferro num caixilho alto e fino. Devido ao peso
combinado do vidro espesso e da grade de ferro era necessário uma viga de
madeira dedicada que os suportasse.
Por fim, fazia-se as
ornamentações externas, o que devido à influência do período renascentista que
estalava por toda a europa conduzia a grandes alterações em decorações,
entalhes, portas e caixilhos de janelas. Um exemplo destas alterações pode ser
visto nas janelas oriel (janelas
multilaterais projetadas do primeiro ou do segundo piso do edifício).
Outro dado curioso
destas casas Tudor é que o revestimento das paredes tendia a ser coberto com um
pigmento ocre, enquanto as vigas de madeira permaneciam expostas.
As características traves
negras e argamassa caiada não eram propriamente comuns durante o período Tudor,
mas consequência da romantização vitoriana da era Tudor no final do século XIX,
com muitas casas tradicionais a serem repintadas para lhes dar o efeito que
hoje costumamos ver.
Na Grã-Bretanha, a
maioria das grandes casas Tudor originais pertencem à National Trust, uma
entidade dedicada à manutenção da qualidade das estruturas.
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