Etiquetas

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

CASAS TUDOR


Em Inglaterra, no final do século XV e início do século XVI, os Tudor mudaram a forma como se construíam as casas até então.
As casas Tudor eram construídas em madeira, que ficava parcialmente à vista. Mas antes de se montar a estrutura em madeira, eram construídos os alicerces em pedra, ladeados por um estribo sobrelevado no qual havia de encaixar as estruturas de madeira.

A estrutura original era içada e depois usada como plataforma de elevação para puxar a estrutura seguinte com cordas.
A madeira usada nas casas Tudor era o carvalho, uma madeira muito comum em Inglaterra nos séculos XV e XVI, resistente e fácil de cortar. Cortadas pelas mãos dos carpinteiros, as traves eram bastante irregulares e conduziam a um acabamento assimétrico.
Seguidamente era montada a chaminé, o que para a época foi algo de revolucionário. Substituindo o sistema de salão medieval para dispersar o fumo, as casas Tudor introduziram  chaminés e lareiras fechadas para canalizar o fumo para fora do edifício, permitindo que as divisões para pequenas fossem aquecidas.

Ainda nesta fase de construção, o primeiro piso era assoalhado e as escadas montadas, ainda e sempre em madeira.
Colocados a estrutura, o soalho e a chaminé, havia que preencher os espaços entre as estruturas de madeira. Os ingleses usaram gradeados de vime, que preenchiam com um revestimento à base de terra para proteger as suas casas contra a água e o vento. O revestimento (uma forma primitiva do estuque) era uma mistura de terra molhada, areia, argila, palha e excremento. 
Feitas as paredes, passava-se ao telhado. O edifício era coberto com telhado em colmo ou em telhas toscos. Ao mesmo tempo eram postas as janelas. A criação do vidro no tempo dos Tudor era ainda primitiva. Os artífices não conseguiam criar grandes painéis e por isso as janelas destas casas eram compostas por painéis pequenos, unidos e fixados por um gradeado de ferro num caixilho alto e fino. Devido ao peso combinado do vidro espesso e da grade de ferro era necessário uma viga de madeira dedicada que os suportasse.
Por fim, fazia-se as ornamentações externas, o que devido à influência do período renascentista que estalava por toda a europa conduzia a grandes alterações em decorações, entalhes, portas e caixilhos de janelas. Um exemplo destas alterações pode ser visto nas janelas oriel (janelas multilaterais projetadas do primeiro ou do segundo piso do edifício).
Outro dado curioso destas casas Tudor é que o revestimento das paredes tendia a ser coberto com um pigmento ocre, enquanto as vigas de madeira permaneciam expostas.
As características traves negras e argamassa caiada não eram propriamente comuns durante o período Tudor, mas consequência da romantização vitoriana da era Tudor no final do século XIX, com muitas casas tradicionais a serem repintadas para lhes dar o efeito que hoje costumamos ver.
Na Grã-Bretanha, a maioria das grandes casas Tudor originais pertencem à National Trust, uma entidade dedicada à manutenção da qualidade das estruturas.

Sem comentários:

Enviar um comentário