“É
verdade que existem tesouros no fundo do mar, mas é mais provável encontrá-los
no fundo de uma pessoa.” Afonso Cruz
Além do farol da praia
da Barra, o concelho de Ílhavo possui outro ponto turístico e cultural muito
interessante: O Museu Marítimo.
Com quase 80 anos de
história, o Museu Marítimo de Ílhavo, é uma homenagem às suas gentes e à
atividade a que muitos ilhavenses consagraram a sua vida: a pesca do bacalhau.
O moderno museu é um
local bem desenhado, amplo e adaptado às pessoas com mobilidade reduzida. É um
espaço que combina corretamente informação inscrita, audiovisual e falada (é
possível marcar uma visita guiada sem que isso altere o custo) com a exposição
de objetos, embarcações de grande porte, materiais de navegação e orientação,
miniaturas de embarcações, conchas, num crescendo de interesse para o
visitante, que culmina no muito apreciado aquário dos bacalhaus.
Estes parecem colaborar
com os desejos dos visitantes, nadando com estilo para a fotografia e assomando
à superfície para um “olá” surpreendente e fofo.
O elemento central do
museu é o bacalhau. Como diria Alexandre Dumas, ele é “o peixe dos peixes.
Símbolo de fortuna e prosperidade, de abundância e escassez. Ecologia e
negócio. Alimento e cultura. Realidade e lenda.”
Antes de o vermos ao
vivo temos de aprender a chamar por ele em diversas línguas (Bacalao, Morue,
Tpecka, , Kabejaw, Codfish, Bakalaós,Treska obecná), conhecer as zonas onde
vivem, saber os tipos de bacalhau que existem, desfazer dúvidas e mitos sobre o fiel amigo.
O peixe que os
portugueses mais gostam de ver no prato
começou por ser pescado à linha, com dóris de um só homem. São essas
pequenas e frágeis embarcações que começamos por encontrar no veleiro “faina
Maior”, para percebermos a dureza e o perigo que os primeiros pescadores de
bacalhau passaram para sustentar as suas famílias.
Aqueles que ficavam por
cá tentavam o sustento na ria. São as embarcações usadas nesse espaço que
encontrei na segunda sala. Imponentes moliceiros, com altos mastros, eram
usados para a recolha do sal, nas famosas salinas da ria.
Apesar de centrado nas
suas gentes e na pesca do bacalhau, o Museu Marítimo de Ílhavo não esquece de
“explicar” os outros barcos de pesca existentes em Portugal ao mesmo tempo que
revela a enorme beleza da fauna e flora marítimas quando entramos, por exemplo,
na sala das conchas.
Visitar o Museu
Marítimo, em Ílhavo, é um prazer multissensorial e faz mergulhar a nossa
imaginação na incomensurável beleza, riqueza e mistério do mar.
Gabriel Vilas Boas
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