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sábado, 29 de agosto de 2015

MUSEU DO BACALHAU

“É verdade que existem tesouros no fundo do mar, mas é mais provável encontrá-los no fundo de uma pessoa.” Afonso Cruz
Além do farol da praia da Barra, o concelho de Ílhavo possui outro ponto turístico e cultural muito interessante: O Museu Marítimo.
Com quase 80 anos de história, o Museu Marítimo de Ílhavo, é uma homenagem às suas gentes e à atividade a que muitos ilhavenses consagraram a sua vida: a pesca do bacalhau.

O moderno museu é um local bem desenhado, amplo e adaptado às pessoas com mobilidade reduzida. É um espaço que combina corretamente informação inscrita, audiovisual e falada (é possível marcar uma visita guiada sem que isso altere o custo) com a exposição de objetos, embarcações de grande porte, materiais de navegação e orientação, miniaturas de embarcações, conchas, num crescendo de interesse para o visitante, que culmina no muito apreciado aquário dos bacalhaus.
Estes parecem colaborar com os desejos dos visitantes, nadando com estilo para a fotografia e assomando à superfície para um “olá” surpreendente e fofo.
O elemento central do museu é o bacalhau. Como diria Alexandre Dumas, ele é “o peixe dos peixes. Símbolo de fortuna e prosperidade, de abundância e escassez. Ecologia e negócio. Alimento e cultura. Realidade e lenda.”

Antes de o vermos ao vivo temos de aprender a chamar por ele em diversas línguas (Bacalao, Morue, Tpecka, , Kabejaw, Codfish, Bakalaós,Treska obecná), conhecer as zonas onde vivem, saber os tipos de bacalhau que existem, desfazer dúvidas e mitos sobre o fiel amigo.
O peixe que os portugueses mais gostam de ver no prato  começou por ser pescado à linha, com dóris de um só homem. São essas pequenas e frágeis embarcações que começamos por encontrar no veleiro “faina Maior”, para percebermos a dureza e o perigo que os primeiros pescadores de bacalhau passaram para sustentar as suas famílias.
Aqueles que ficavam por cá tentavam o sustento na ria. São as embarcações usadas nesse espaço que encontrei na segunda sala. Imponentes moliceiros, com altos mastros, eram usados para a recolha do sal, nas famosas salinas da ria.
Apesar de centrado nas suas gentes e na pesca do bacalhau, o Museu Marítimo de Ílhavo não esquece de “explicar” os outros barcos de pesca existentes em Portugal ao mesmo tempo que revela a enorme beleza da fauna e flora marítimas quando entramos, por exemplo, na sala das conchas.
Visitar o Museu Marítimo, em Ílhavo, é um prazer multissensorial e faz mergulhar a nossa imaginação na incomensurável beleza, riqueza e mistério do mar.
Gabriel Vilas Boas


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