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quinta-feira, 6 de agosto de 2015

JAMES EM PORTUGAL


No sábado passado estive em Cantanhede para ver e ouvir uma das minhas bandas preferidas: os James.
O grupo de Tim Booth é uma das minhas fraquezas. Vê-los ao vivo é um prazer imenso, sobretudo quando eles tocam os êxitos que os imortalizaram nos anos 90: Sit Down, Say Something, Born of Frustration, Sometimes, Out to Get You, ou mais recentemente Getting Away with it (All messed up).

O grupo tem uma relação de grande empatia com o público português, tendo feito em Portugal mais de uma dezena de concertos.
Tim Booth é um verdadeiro monstro de palco e as músicas do grupo vivem da energia que o seu vocalista aporta a cada concerto, criando uma atmosfera de festa e alegria em cada fã. É impossível não ficar contagiado por aquela dança eletrizante de Booth, como se ele fosse um boneco articulado ligado à corrente elétrica.
No concerto da Expofacic deste ano não foi diferente. Booth interage com o público de modo soberbo: canta, literalmente, entre os fãs ou até em cima deles, usa o palco como cenário de comunhão total com o público no encore final, em que dezenas de pessoas cantaram e dançaram ao lado do ídolo; “dialoga” através da dança com as diversas músicas da banda e com os restantes elementos do grupo.
Apesar de tudo e porque sou cada vez mais um fã exigente da banda de Manchester, noto que o grupo, desde que voltou a reagrupar-se (2007), não consegue gerar os êxitos da década de 90. É certo que há Getting Away with It e mais recentemente Moving-on, mas aquilo que faz vibrar o público português ainda é Sometimes (Sometimes, When I look deep in your eyes I swear I can see your soul…), Say Something ou o velhinho Sit Down. Eu sei que estão fartinhos de os cantar, como eles sabem que nós queremos sempre que os cantem mais uma vez. Talvez por isso, Tim tenha resolvido cantar num ritmo bem mais baixo esses mesmos êxitos, como que indicando o cansaço que tocá-los já provoca à banda. Mas não foi uma boa opção. James é ritmo, vida, tensão, festa. Essas músicas são tudo isso, mas têm de ser interpretadas com energia, com o coração e a cabeça a mil. Foi assim que aprendemos a amá-las.
Quando Tim canta os temas mais recentes, logo volta ao registo normal e o público volta a pular, a dançar, a “curtir” o momento. Ele atira-se, literalmente, de cabeça  para o meio da sua gente que o acolhe, que canta com ele, e lentamente o devolve ao palco.
Daqui a um ano, provavelmente, voltaremos a ver-nos. Espero que Tim traga êxitos novos, que nos façam não estar sempre a pedir os antigos.
Para despedida fiquem com "aquela coisa absolutamente assombrosa" que fizeram no final de novembro do ano passado na Estação de São Bento, no Porto.

Gabriel Vilas Boas

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