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sexta-feira, 7 de agosto de 2015

VIAGEM MEDIEVAL EM SANTA MARIA DA FEIRA


Tal como aconteceu há um ano estive na “Viagem Medieval em Terras de Santa Maria”, que durante 11 dias leva à Vila da Feira centenas de milhares de pessoas, que procuram viver, em algumas horas, todo o fascinante ambiente medieval.
A época medieval é o período histórico que mais fascina os portugueses, pois foi durante esse período que a nossa nacionalidade se firmou, assim como as raízes sociais e mentais do país. 
As imagens mais nítidas que temos da História de Portugal remonta à Idade Média, onde os reis procuravam reconquistar território aos mouros, a sociedade se organizava hierarquicamente em ordens, as profissões e artes tinham uma preponderância que desapareceu. É fascinante recriar esse ambiente de conto de fadas, onde o vestuário colorido e farto anunciava as classes sociais; a música e a dança enfeitiçavam os corações; as batalhas pela conquista de território tinham quase sempre uma fundamentação religiosa.
Foi esse mundo que procurei e reencontrei, ontem, em Santa Maria da Feira. Um espaço amplo, cheio de gente, nada importada com o pó que tinha de suportar, pois as atividades e áreas temáticas espalhadas pelo recinto eram tantas e variadas que nenhum visitante consegue dar conta de todas aquelas que decorrem num único dia, quanto mais as que acontecem durante os 11 dias da Viagem Medieval.
De ano para ano há áreas temáticas e atividades que se repetem como há sempre novidades.
 Este ano o ponto central da Viagem Medieval é o Reinado de D. Afonso III e as últimas lutas com os mouros, no sul de Portugal.
O magnífico espetáculo que vi ao final da tarde de ontem dava conta da insistência da filha do Almoxarife, Samira, para que o pai convencesse o alcaide de Faro a negociar a paz com os cristãos e evitar assim a guerra. No entanto, o Alcaide desprezava os bons conselhos do seu Almoxarife e preferia divertir-se com as danças das suas musas, a destreza dos cavaleiros, e imponência dos falcoeiros.
Não pude ficar para os restantes espetáculos do dia: Dança dos Véus e Último Reduto, que se realizaram já noite dentro, mas tive imensa pena, pois estou certo que milhares de turistas puderam observar espetáculos de grande sensualidade e beleza coreográfica, além de muita ação guerreira.

Nas várias horas que estive no recinto, cruzei-me com um cortejo da Mourama; assisti a pequenos duelos guerreiros; participei com as minhas filhas no treino dos escudeiros; pousamos para o retrato real, na encosta do castelo; lancei uns tiros de arco e flecha com os arqueiros d’el rei; fizemos uma pequena viagem de camelo… 
Pelo meio tivemos de restabelecer forças numa das muitas casas de pasto que povoam o enorme recinto. Eu aproveitei para provar o delicioso pão com chouriço, a sair do forno, e um naco de porco no espeto; as minhas filhas satisfizeram a sua gulodice na enorme oferta de doces conventuais e nos crepes. À nossa volta, os espetáculos de dança e música, de influência árabe, tornavam aquele final de tarde um sunset muito agradável e alegre. A hora e corpo cansado pediam que regressássemos, a coração ia adiando a hora de partir. Muita coisa tinha ficado por ver, várias experiências ficaram para viver  daqui a um ano.

Entretanto uma enxurrada de gente chegava à cidade de Afonso III, para os espetáculos da noite. Até domingo, Santa Maria da Feira é a capital histórica do reino. Vale bem a pena mergulhar, de alma e coração, nesta viagem.

Gabriel Vilas Boas

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