24 de agosto, 79 d.C.
A devastadora erupção
do vulcão Vesúvio, que destruiu Pompeia, Herculano e outras cidades próximas,
foi observada de perto pelo naturalista e comandante naval, Plínio, o Velho,
que, quando ajudava os amigos a fugir, se tornou a vítima mais memorável da
catástrofe natural. Quase trinta anos depois, o seu sobrinho e secretário,
Plínio, o Moço, escreveu este relato
numa carta ao historiador Tácito.
«Por
volta da uma da tarde, a minha mãe quis que ele (Plínio, o Velho) observasse
uma nuvem de tamanho e formato invulgar. Subia a uma grande altura,
assemelhando-se a um pinheiro com um tronco muito alto e com ramos dispersos no
cimo. Isto era ocasionado, imagino, pela súbita corrente de ar que o impelia,
cuja força diminuía à medida que ele subia, ou porque a nuvem se expandia e
subia com o seu próprio peso. Tinha pontos de luz e de sombra, consoante a
quantidade de terras e cinzas.
Este
fenómeno pareceu tão extraordinário a um homem de tal saber que ele ordenou que
se aprontasse um navio leve. Mas recebeu uma mensagem de Rectina, mulher de
Bassus; porque da villa dela no sopé
do monte Vesúvio só era possível fugir para o mar.
Ele
mudou de planos; ordenou que as galés fossem lançadas ao mar para acudir não só
Reclina, como a outras pequenas cidades ao longo daquela bela costa. Enquanto
outros fugiam, ele dirigiu-se para o perigo, com tal presença de espírito que
conseguiu ditar o que observava sobre todos os fenómenos daquela cena assustadora.
(…) Eles corriam o risco de serem sepultados pelo súbito recuo do mar e também
por uma massa informe que rolava pela montanha e obstruía a costa. O timoneiro
aconselhou-o a voltar mas Plínio respondeu: “A sorte protege os audazes; ruma a Stabiae, onde está Pomponianus.”»
Nesse dia a bela
Pompeia, cidade italiana situada perto de Nápoles, desapareceu assim como
milhares de pessoas, entre as quais Plínio, o Velho. Quase dezassete séculos
depois, um extraordinário arqueológico permitiu achar novamente Pompeia no
exato estado em que o Vulcão a tapou. Depois de numerosas escavações foi
possível devolver aos olhos humanas uma cidade do período dourado do Império
Romano e que hoje é Património da Humanidade.
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