Com uma vida feita
horários rigorosos e autossacrifício, o mosteiro era, na Idade Média, o centro
cultural e intelectual da Europa.
Um mosteiro é um
edifício habitado por uma comunidade de homens ou mulheres dedicados a servir
Deus e regidos por um voto de pobreza, castidade e obediência a um superior ou a uma regra. A maioria dos monges medievais seguia a Regra de São Bento, escrita no século
VI.
A planta típica de um
mosteiro medieval resultava da fusão equilibrada entre a necessidade espiritual
e o senso comum. O edifício dominante era a igreja, já que era aí que os monges
passavam grande parte das suas horas de vigília, em adoração.
Junto à igreja ficava o jardim do claustro (espaço onde se plantavam flores ou ervas;
também podia servir de cemitério), rodeado por quatro passagens que garantiam
acesso coberto aos edifícios circundantes. Estes incluíam a casa do capítulo (ampla divisão, onde
se conduziam os deveres diários do mosteiro e recebiam os convidados especiais),
o dormitório (normalmente situava-se
no primeiro andar e era um espaço aberto com as camas dos monges.
Por vezes,
esse espaço era dividido, dando-se a cada monge um pequeno quarto privado), as
latrinas, o refeitório e a cozinha. Armazéns, uma habituação para o abade e
instalações para convidados também podiam estar anexos. A enfermaria ou
hospital monástico costumava ficar a leste dos edifícios principais para
garantir paz e sossego aos doentes. Muitos outros edifícios ficavam no recinto,
como capelas, celeiros, estábulos. A maioria dos mosteiros era rodeado por um muro alto com uma entrada impressionante.
Erigidos em pedra e com
o objetivo de glorificarem Deus, permanecem funcionais por séculos. Os
mosteiros eram construídos segundo o estilo então vigente, levando muitas vezes
a arquitetura ao limite. As paredes e abóbadas eram feitas em pedra, os
telhados cobertos de chumbo, as janelas eram envidraçadas e chão coberto de
ladrilho encáustico.
Os mosteiros não era
apenas locais de oração, mas também destinos de peregrinação e centros
culturais, que asseguravam educação e emprego. Muitas povoações existiam apenas
por terem florescido à volta de um mosteiro e muitos deles contribuíram de
forma decisiva para definir as geografias urbanas onde se inseriam.
Um
dia na vida de um monge
O horário monástico diário era por regra
invariável, o que ainda hoje ocorre em muitos mosteiros. O dia de um monge
começava às 2 horas e 30 minutos e organizava-se à volta das Horas Canónicas do
Ofício Divino: Matinas, Laudes, Hora de Prima, Terça, Sexta, Nona, Vésperas e
Completas.
Todas as manhãs, entre
serviços, os monges liam e trabalhavam nas tarefas que lhes eram atribuídas.
A primeira refeição do
dia era tomada em silêncio ao meio-dia. À tarde, os irmãos costumavam
recolher-se para o dormitório para uma curta sesta, antes da Nona, trabalhando
depois até às Vésperas. A estas seguia-se o jantar, após o qual os monges
assistiam às Completas, antes de se recolherem por volta das 18h. 30m.
O silêncio era
rigorosamente mantido e a conversação era restringida ao máximo. Tipicamente, o
padrão de vida dos monges medievais era bom. A sua dieta era variada e viviam
frequentemente mais do que os seus contemporâneos seculares.
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