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quinta-feira, 13 de agosto de 2015

O MOSTEIRO MEDIEVAL


Com uma vida feita horários rigorosos e autossacrifício, o mosteiro era, na Idade Média, o centro cultural e intelectual da Europa.
Um mosteiro é um edifício habitado por uma comunidade de homens ou mulheres dedicados a servir Deus e regidos por um voto de pobreza, castidade e obediência a um superior ou a uma regra. A maioria dos monges medievais seguia a Regra de São Bento, escrita no século VI.
A planta típica de um mosteiro medieval resultava da fusão equilibrada entre a necessidade espiritual e o senso comum. O edifício dominante era a igreja, já que era aí que os monges passavam grande parte das suas horas de vigília, em adoração.
 Junto à igreja ficava o jardim do claustro (espaço onde se plantavam flores ou ervas; também podia servir de cemitério), rodeado por quatro passagens que garantiam acesso coberto aos edifícios circundantes. Estes incluíam a casa do capítulo (ampla divisão, onde se conduziam os deveres diários do mosteiro e recebiam os convidados especiais), o dormitório (normalmente situava-se no primeiro andar e era um espaço aberto com as camas dos monges. 
Por vezes, esse espaço era dividido, dando-se a cada monge um pequeno quarto privado), as latrinas, o refeitório e a cozinha. Armazéns, uma habituação para o abade e instalações para convidados também podiam estar anexos. A enfermaria ou hospital monástico costumava ficar a leste dos edifícios principais para garantir paz e sossego aos doentes. Muitos outros edifícios ficavam no recinto, como capelas, celeiros, estábulos. A maioria dos mosteiros era rodeado por um muro alto com uma entrada impressionante.

Erigidos em pedra e com o objetivo de glorificarem Deus, permanecem funcionais por séculos. Os mosteiros eram construídos segundo o estilo então vigente, levando muitas vezes a arquitetura ao limite. As paredes e abóbadas eram feitas em pedra, os telhados cobertos de chumbo, as janelas eram envidraçadas e chão coberto de ladrilho encáustico.

Os mosteiros não era apenas locais de oração, mas também destinos de peregrinação e centros culturais, que asseguravam educação e emprego. Muitas povoações existiam apenas por terem florescido à volta de um mosteiro e muitos deles contribuíram de forma decisiva para definir as geografias urbanas onde se inseriam.


Um dia na vida de um monge
 O horário monástico diário era por regra invariável, o que ainda hoje ocorre em muitos mosteiros. O dia de um monge começava às 2 horas e 30 minutos e organizava-se à volta das Horas Canónicas do Ofício Divino: Matinas, Laudes, Hora de Prima, Terça, Sexta, Nona, Vésperas e Completas.
Todas as manhãs, entre serviços, os monges liam e trabalhavam nas tarefas que lhes eram atribuídas.
A primeira refeição do dia era tomada em silêncio ao meio-dia. À tarde, os irmãos costumavam recolher-se para o dormitório para uma curta sesta, antes da Nona, trabalhando depois até às Vésperas. A estas seguia-se o jantar, após o qual os monges assistiam às Completas, antes de se recolherem por volta das 18h. 30m.

O silêncio era rigorosamente mantido e a conversação era restringida ao máximo. Tipicamente, o padrão de vida dos monges medievais era bom. A sua dieta era variada e viviam frequentemente mais do que os seus contemporâneos seculares. 

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