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quinta-feira, 20 de agosto de 2015

A LIÇÃO DE ANATOMIA, Rembrandt


Esta tela de Rembrandt data de 1632 e comemora a dissecação realizada pelo Dr. Nicolaes Tulp. Foi uma das primeiras grandes encomendas que o pintor teve logo que chegou a Amesterdão.
Identificado pelo seu colarinho simples, o chapéu de abas largas e a expressão de santidade, Tulp segura os tendões do braço com um fórceps; com a outra mão demonstra o modo como os músculos dobram os dedos. Ora os dedos são dos principais instrumentos quer do cirurgião quer do pintor.
Este típico de retrato de grupo era popular em irmandades e corporações e tradicionalmente mostrava os membros desse grupo alinhados em fila. A cena de Rembrandt é muito mais animada: os participantes agrupam-se, formando uma pirâmide, enquanto um deles tem na mão uma lista dos presentes os outros olham para o mais famoso tratado do Dr. Andreas Vasilius no canto inferior direito e parecem absortos nas palavras do Dr. Tulp. Os seus rostos pálidos e a pele do cadáver destacam-se claramente contra o fundo escuro.
Com este óleo de dimensões assinaláveis (170x210cm), exposto no Museu Mauritshuis, em Haia, na Holanda, Rembrandt prendeu destacar a figura do médico.



Nos Países Baixos, os médicos eram muitas vezes ridicularizados, como podemos confirmar no quadro A Cura da Loucura (1490) de Bosch, que mostra um médico a furar o crânio de um paciente, na tentativa de libertar os espíritos malignos. Em A Consulta do Médico (1663-65), de Jan Steen, o médico aparece a consultar uma mulher que parece estar perdidamente apaixonada ou grávida. Um pedaço de fita é muitas vezes visível nestas cenas, já que o diagnóstico era feita a partir do cheiro produzido quando a fita era queimada. O médico também pode ser visto a verificar o pulso da mulher, que se supunha ficasse mais rápido na presença do amante. 

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