Cleópatra é uma das
figuras da História Antiga mais apaixonantes. Para muitos ela representa os
encantos e os perigos do Oriente. Misteriosa, arrebatadora, sedutora, ela está
tão ligada à história do Egito como à de Roma e de Marco António.
A data de 12 de Agosto é
aceite como a da sua morte, que ocorreu no ano 30 a.C. O historiador romano Plutarco, ao
escrever mais de um século depois dos acontecimentos, produziu um relato
intenso e memorável da história de António, César Otaviano (mais tarde Augusto)
e de Cleópatra, a última rainha do Egito antes de o seu país se tornar uma
província romana.
A sua narrativa, bem
conhecida na Europa do século XVI, inspirou a tragédia de Shakespeare António e Cleópatra.
Plutarco conta que
«Cleópatra pediu a César que a autorizasse a aspergir António. Quando o pedido
foi concedido, abraçou o amado dizendo “António, sepultei-te com as mãos ainda
livres; agora venero-te como cativa, e tão bem guardada que não posso nem com
golpes nem com lágrimas, desfigurar este meu corpo, que é o corpo de uma
escrava…”
Cingiu a urna, depois
preparou uma refeição sumptuosa. E chegou um homem do campo que trazia um cesto
com um prato cheio de figos. Depois de comer, Cleópatra pegou numa placa selada
e enviou-a a César, e em seguida mandou sair toda a gente, exceto duas
mulheres. Fechou as portas.
Quando César abriu a
placa percebeu o que tinha acontecido… Enviou mensageiros para investigar, mas
apesar de irem a correr, encontraram Cleópatra morta em cima de um divã
dourado, vestida de rainha.
Diz-se que a áspide
vinha escondida debaixo dos figos, pois Cleópatra dera ordens nesse sentido,
para que o réptil se lhe enrolasse no corpo sem que ela desse por isso. Quando
ela tirou os figos e o viu, desnudou o braço e expô-lo à mordedura. No entanto,
outros afirmam que a áspide vinha fechada num jarro de água e que quando
Cleópatra o mexeu com uma roca dourada o réptil enrolou-se-lhe no braço. Mas a
verdade ninguém sabe.»
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