“Não posso confirmar nem desmentir quaisquer detalhes sobre as operações do IMF sem a devida autorização do Sr. Secretário…”
Um grande filme! O quinto filme desta saga arriscava muito: as duas últimas versões não foram memoráveis; Tom Cruise parecia em declínio e as suas últimas apostas pessoais e cinematográficas sugeriam o ocaso de uma carreira brilhante; as sequelas de grandes ideias costumam ser um erro.
Todavia…
Estamos a falar de “Missão Impossível” e de Tom Cruise e esta dupla parece tão brilhante como os diamantes, que, como toda a gente sabe, são eternos.
Apesar de já ter ultrapassado a barreira a dos cinquenta e ter sido declarado formalmente velho por uma fã cá de casa (Finalmente!),Tom Cruise tem um desempenho soberbo, nesta película. O filme respira ao ritmo da sua performance, executada como se ele fosse aquele herói de trinta anos que arrebatava tudo e todos.
No papel preferido de o último dos heróis, Cruise é Ethan Hunt, o mais brilhante agente do IMF que tem de lutar pela sua sobrevivência e do próprio IMF, ao mesmo tempo que procura provar a existência e perigosidade do Sindicato, sinistra sociedade secreta, criada com ex-agentes secretos, que ameaçava tornar-se numa força terrorista imbatível.
Ações brilhantes e sofisticadas, perseguições alucinantes de moto em Casablanca; tentativa de assassínio num majestoso teatro vienense, onde a magnífica ópera Turandot serve de metáfora musical à trama; rapto do primeiro-ministro inglês na cosmopolita Londres elevam, ao máximo, a adrenalina do espectador, que há muitos meses não desfrutava de um filme assim.
Além do mais, este extraordinário filme de Christopher Mcquarrie traz escondido um interessante subtexto, onde se pode ler o desencanto do realizador com a política dos nossos tempos. Às tantas já não sabemos por quê e para quem lutamos, e se estamos do lado dos bons.
Por entre tantos jogos de espelhos, máscaras e simulações temos de aprender a viver na desconfiança total, onde até uma promessa de amor se pode tornar numa atração fatal. Afinal Tom Cruise também tem o seu ponto fraco… sim, aquele que o aproxima do James Bound.
Esperando que esta mensagem não se autodestrua em cinco segundos, ficam incumbidos de se deslocar a uma sala de cinema e fazer a vossa parte para que esta "missão Impossível" seja o sucesso que merece.
Gabriel Vilas Boas
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