O Museu dos Coches é a
imagem viva de todo o glamour da realeza portuguesa dos séculos XVII, XVIII e
XIX.
Há mais de um século, a
última rainha portuguesa teve a feliz ideia de juntar e mostrar toda a coleção
de coches, berlindas, seges, carros de gala, carros de passeio, liteiras e cadeirinhas que
simbolizavam o chique, o luxo e a ostentação, em que viviam reis, rainhas,
príncipes e princesas.
Inaugurado há três
meses, o novo Museu dos Coches é um espaço amplo e moderno, onde os quadros dos
reis e rainhas da última dinastia portuguesa foram substituídos por paredes
brancas, rasgadas por janelas retangulares, que iluminam o espaço com a
magnífica luz de Lisboa. Apesar de toda a arte pictórica do antigo edifício,
que emoldurava a extensão coleção, o atual Museu dos Coches é,
indubitavelmente, mais atrativo pela luz que o Tejo traz, porque o branco em
redor foca a nossa atenção nos coches e, sobretudo, porque tem ótimos guias,
que durante 40/50 minutos fazem uma excelente abordagem histórica, social e
artística de toda a coleção, doseando corretamente as informações generalistas,
relevantes, técnicas ou simples curiosidades deliciosas.
Há ainda o famoso coche
da mesa ou da troca das princesas, que levou a princesa Maria Bárbara de
Bragança (filha de D. João V) até à ponte do rio Caia, em janeiro de 1729 para
casar com o rei Fernando VI de Espanha e trouxe a princesa castelhana Mariana
Vitória, já casada com o futuro rei D. José.
E já no fim da
exposição, é impossível não reparar no landau onde o penúltimo rei de Portugal
foi assassinado em 1 de fevereiro de 1908 e a monarquia ficou ferida de morte.
O Museu dos Coches é um
excelente local onde podemos beber um pouco da História de Portugal e sentir o
paladar da arte e do bom gosto.
Gabriel Vilas Boas
Gabriel Vilas Boas
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