Etiquetas

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

A MORTE DO IMPERADOR AUGUSTO


19 de agosto de 14 d.C.
César Augusto, mais Octávio de nome próprio, foi imperador de Roma em tudo, exceto no nome, durante mais de 40 anos, e consta que se gabava de ter herdado “uma cidade de tijolo e deixado uma de mármore”.
O seu reinado traduziu-se numa idade de ouro da escrita em latim, durante a qual se destacaram o historiador Tito Lívio e os poetas Horácio, Virgílio e Ovídio. Foi a imitação consciente destes modelos por alguns escritores ingleses do século XVIII que fez ressurgir o termo «era de Augusto» para descrever o seu empenho.
Sempre preocupado com a imagem pública (até nas memórias supostamente descuidadas), o imperador Augusto manteve as aparências até ao último momento, pelo menos é o que podemos deduzir do relato da sua morte a 19 de agosto de 14 d.C., feita pelo historiador Suetónio, um século mais tarde. Augusto foi proclamado deus no seu funeral.

«No último dia de vida, ele perguntava de vez em quando se havia algum problema por sua causa; depois, pedindo um espelho, mandou que o penteassem e lhe endireitassem o queixo. Depois disso, chamou os amigos e, perguntando-lhes se lhes parecia que ele representara a comédia da vida adequadamente, acrescentou: “Como eu desempenhei bem o meu papel, batam-me palmas/ e do palco mandei-me embora com aplausos.”
Em seguida, mandou que todos saíssem enquanto perguntava a alguns recém-chegados pela filha de Druso, que estava doente; morreu, de súbito, quando beijava Lívia, pronunciando estas últimas palavras: “Vive a pensar no nosso casamento, Lívia, e adeus.”, abençoado assim com uma morte fácil que sempre desejara. Porque quase sempre que sabia que alguém morrera depressa e sem sofrimento, rezava para que ele e os seus pudessem beneficiar de uma espécie de eutanásia, pois era esse o termo que ele queria usar.»
Suetónio, Vida de Augusto, 121

1 comentário: