Criança conjuga-se maravilhosamente com Brincar. Brincar
sem mais, pelo prazer da brincadeira, do jogo, da companhia, sem hora nem lugar
marcado.
Brincar explorando os sentidos, os instintos, a natureza.
Brincar sem complexos nem medos absurdos.
Hoje as crianças constroem as suas histórias, as suas
personalidades ligando-se à escola: jardim-de-infância, escola do 1.o ciclo, do
2.º e do 3.º, escola secundária, faculdade. Toda uma vida cronometrada,
dirigida, organizada, como se houvesse desde sempre a palavra responsabilidade
ao lado do vocábulo liberdade, como se brincar trouxesse sempre o aprender atrás.
Claro que é bom aprender; é óbvio que o sonho de qualquer
pai ou professor é que as crianças aprendam com prazer e isso normalmente faz-se
trazendo a brincadeira para a aprendizagem. No entanto, é necessário deixar a
criança brincar pelo prazer de brincar. Deixar que a natureza infantil dos jovens se cumpra sem pressas nem desejos apressados de atingir quiméricas metas
sem grande préstimo.
Quando o tema da escola pública de qualidade volta
novamente ao debate mediático, talvez não fosse má ideia perguntar às crianças,
aos adolescentes portugueses o que falta nas suas escolas.
O que oferece uma escola pública portuguesa a uma criança
de 8/10/12 anos para ela se distrair/ divertir nos seus tempos livres? Na
maioria dos casos, um enorme salão vazio e umas cadeiras desconfortáveis
espalhadas pelo espaço e pouco mais! E se lhes apetecer pintar, desenhar,
danças, nadar, cantar? Pois… É também por isso que muitos pegam no telemóvel,
abrem o youtube e sonham, através de um ecrã minúsculo, ser a cantora da moda, a
bailarina ou o jogador de futebol.
Todavia, se lhes fosse possível escolher,
eles gostavam de ocupar as suas tardes, num anfiteatro confortável ou num
polivalente bem equipado, dando expressão ao seu talento ou simplesmente ao
desejo que o seu corpo tem de BRINCAR.
Gabriel Vilas Boas
Mesmo!
ResponderEliminarConcordo...