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sexta-feira, 24 de junho de 2016

AFINAL ELES SEMPRE SAÍRAM


Afinal, os britânicos sempre tiveram coragem para dizer bye-bye à União Europeia. A vitória do «Não» no referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia abalará não só as relações da Inglaterra com os outros países da União como porá a nu as fragilidades do projeto europeu.

Este «Não» marcadamente emocional trará consequências imprevisíveis também para os ingleses, mas pressentia-se que era algo que eles queriam fazer. Está feito. Agora resta aos verdadeiros detentores do poder dentro da União Europeia (Alemanha, França, Holanda, Dinamarca) definir que Europa vão patrocinar. Ou aprofundam a união, contribuindo para políticas de desenvolvimento sustentado dos países mais pobres, favorecendo a criação de emprego, defendo a proteção social dos cidadãos europeus, ou aprofundam a desintegração, dividindo a União Europeia entre os ricos do norte e os pobres do sul.

Há ainda a possibilidade de fazer de conta que nada se passou e seguir em frente. Essa solução só nos levará mais rapidamente para o precipício da desintegração. Se ela ocorrer, será um processo doloroso e desordenado, em que os conflitos e as tenções sociais se podem descontrolar.
A saída do Reino Unido obriga a Alemanha de Merkel a decidir-se. A França de Hollande está mais próxima de Portugal, Espanha, Itália, Grécia. Com a saída do Reino Unido, a economia holandesa leva um rombo considerável…
Talvez a Alemanha não tenha arcaboiço nem vontade de arrastar tanta divida acumulada pelos seus parceiros europeus, talvez até pense que mais vale ser ela a abandonar o euro, retomando marco. Não creio, pois nesse caso não seriam apenas os países pobres perder muito.
            Mais cedo que suporíamos a Alemanha vai ter que decidir se perdemos todos um bocado ou se perdemos todos um bocadão. Quanto mais esperarmos pela decisão mais a conta vai aumentar.
Gabriel Vilas Boas

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