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terça-feira, 21 de junho de 2016

O DREAM TEAM DE CARAVAGGIO EM MADRID



Se somos capazes de nos deslocar a uma cidade europeia para ver um jogo de futebol que passa em todas as televisões do mundo, também devemos ser capazes de nos deslocar a uma capital da Europa para apreciar as melhores gravuras de um pintor de excelência, como é Caravaggio, quando um Museu as reúne, para gáudio dos apreciadores de arte, apesar de múltiplas reproduções dessas obras passearem pela internet. Como diriam os apreciadores do futebol, ao vivo é outra coisa!

Doze dos melhores quadros do pintor italiano Caravaggio estão, durante o verão de 2016, à disposição dos visitantes do museu Tyssen-Bornemisza, em Madrid, em paralelo com mais de quatro dezenas de quadros de Pintores do Norte da europa que se inspiraram em Caravaggio. Também por isso, a proposta do Thyssen-Bornemisza é interessantíssima. Além de perceber toda a modernidade, estilo e técnica de um pintor extraordinário, é possível entender como este influenciou pintores tão famosos como Vermeer, Velasquez e Rembrandt.

Esta exposição do museu madrileno é a mais importante mostra de Caravaggio fora de Itália alguma vez realizada. Os apreciadores do milanês podem confirmar in loco o inimitável claro-escuro que Caravaggio consegue expressar como nenhum outro pintor, assim como a maneira como liga profano e sagrado na sua obra, ao inspirar-se em figuras mundanas para retratar personagens como Maria, os apóstolos e os santos.
Quem for ao Thyssen durante este verão verá um Caravaggio que explora tanto a violência e a morte como o amor e a penitência.

O pintor controverso e de vida curta revela nos seus quadros uma enorme capacidade de surpreender, de se superar, inovando na técnica e no estilo, mas conseguindo quase sempre pintar obras maravilhosas e únicas. Tão únicas que é muito difícil convencer os curadores do Hermitage, da galeria Uffizi de Florença ou do Metropolitan de Nova Iorque a libertarem as pérolas de Caravaggio que lhes pertencem. Felizmente, Guillermo Solana conseguiu-os convenver e por isso é possível desde o início desta semana ver raridades de Caravaggio como “A Adivinha” ou “O Martírio de Santa Úrsula”. 
Gabriel Vilas Boas

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