O primeiro de todos os encontros
internacionais de futebol foi disputado entre equipas representantes de
Inglaterra e Escócia, num campo de críquete (imagine-se), a 30 de novembro de
1872.
Quatro mil espectadores assistiram a um
empate sem golos. Embora tivesse havido encontros anteriores, em Londres, entre
as duas nações, a equipa escocesa integrava apenas escoceses residentes na
capital inglesa e por isso o carácter internacional desses desafios ficava um
pouco comprometido.
Para contrariar as críticas a esta
situação a Football Association lançou um desafio aos escoceses e este foi
aceite. Toda a equipa escocesa foi formada por jogadores do Queen´s Park, o
clube líder na Escócia (não existia uma associação de futebol escocesa e os restantes
clubes a norte da fronteira jogavam, naquela época, na associação de futebol
inglesa).
Quanto ao jogo propriamente dito, na
primeira parte, os escoceses controlaram o jogo e chegaram mesmo a marcar um
golo, mas este foi controversamente anulado. Na segunda parte, os ingleses
dominaram, mas também não conseguiram marcar qualquer golo. Pouco antes do apito final do árbitro, um
remate escocês caiu sobre a fita que na época era usada em vez da trave. Foi a
segunda melhor situação de golo durante todo o jogo.
A partir desta data (30-11-1872), este
jogo passou a disputar-se anualmente e tornou-se fonte de muita rivalidade
entre escoceses e ingleses. Só mais de cem anos depois (1989), esta tradição
foi abandonada.
A pátria do futebol é mesmo o Reino Unido
e não admira que o seu campeonato seja seguido em todo o mundo, por povos que
não têm grande ligação ao futebol ou à Grã-Bretanha. Os ingleses criaram o jogo
mais popular e apaixonante do mundo do desporto e souberam exportar a sua
paixão para o resto da Europa, pela América do sul, em África e na Ásia, onde
apesar de não serem especialmente dotados para a prática da modalidade há
legiões de fãs que seguem os melhores campeonatos da Europa.
Em 1972 nasceram os jogos internacionais
de países que durante o século XX se haviam de tornar em campeonatos do mundo e
da Europa, transformando o futebol num dos espetáculos desportivos mais apreciados
durante todo o século XX e o verdadeiro desporto do povo.
Gabriel Vilas Boas