Artista prolífico e diplomata ativo,
Rubens viajou bastante, o que também o tornou amicíssimo de muitos governantes
europeus – dois dos quais o armaram cavaleiro.
Rubens era igualmente um pintor muito
culto, incluindo frequentemente referências clássicas nas suas pinturas
alegóricas. Acredita-se que esta tela de 1625 representa os quatro continentes
da África, da Ásia, da Europa e da América.
Os vasos caídos são atributos dos antigos
deuses que habitavam os rios dos países – os deuses são vistos a descansar
debaixo de uma proteção, servidos por mulheres nuas. Uma tigresa representa o
rio Tigre enquanto vários putti
brincam com um crocodilo, que é o símbolo do rio Nilo.
Obviamente que o elemento-chave desta
composição de Rubens são os continentes. Os quatro continentes eram temas
populares entre os artistas barrocos, como por exemplo o fresco que Tiepolo
pintou no teto, em 1750, intitulado “Apolo e os continentes”.
Os jesuítas também gostavam do tema, pois
isso era altamente benéfico para a sua intenção de espalhar a fé católica. Os
continentes era muitas vezes personificados como deuses dos rios e podem
aparecer como indígenas ou reclinados como animais onde jorra a água - uma
cabeça velada, por exemplo, indica que a fonte do rio era desconhecida.
África pode usar coral e aparecer junto de
uma esfinge, um leão ou um elefante. As Américas podem vestir-se como caçadores
com um elmo emplumado, com moedas que representam os seus ricos recursos
naturais. A Ásia pode surgir com um camelo, um rinoceronte, um elefante ou palmeiras
exóticas; a Europa pode ser um touro ou um cavalo, pode ter na mão uma
cornucópia ou usar a coroa da supremacia ou então pode aparecer rodeada de
figuras representando as artes.
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