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domingo, 22 de novembro de 2015

O ASSASSÍNIO DO PRESIDENTE JOHN KENNEDY, 1963



O atentado de Dallas ao presidente John F. Kennedy (JFK) foi noticiado em primeira mão pelo pivô da CBS, Walter Cronkite, às 13.40 (hora local), exatamente dez minutos após os disparos que vitimaram o presidente dos EUA.
A transmissão em direto de uma novela foi interrompida diversas vezes pelos informativos áudios de Cronkite, à medida que surgiam mais notícias. Pelas 14.30, Cronkite noticiaria já a morte do presidente, deixando a América e o mundo em estado de choque.

Foi o fim trágico de uma presidência sobre a qual havia muitas expectativas e que enfrentara crises como a edificação do muro de Berlim e a Crise dos Mísseis de Cuba.
Na sequência dos caóticos e complexos acontecimentos das 72 horas seguintes, o vice-presidente Lyndon Baines Johnson sucedeu ao assassinado presidente como 36.º presidente dos Estados Unidos da América.
Sobre o assassínio de Kennedy muitas teorias se construíram, no entanto aquela que mais me marcou (e convenceu) foi a exposta por Oliver Stone no filme “JFK”, de 1992, em que Stone procurou demonstrar como o presidente norte-americano foi morto pelos «seus», numa demonstração clara que o poder detesta que alguém abale as suas regras feitas de poder, corrupção, dinheiro, guerra. Infelizmente, a História nunca trouxe à luz a mais límpida verdade sobre os acontecimentos de 22 de novembro 1963.
No entanto, era sobre a personalidade de Kennedy que me queria debruçar. Inequivocamente, JFK representava a primavera americana no meio do longo inverno que estava a ser a guerra fria. Kennedy representou na política a lendária geração dos anos sessenta, que advogava paz e amor para o mundo.

Provavelmente Kennedy foi mais um mito do que uma realidade efetiva de mudança, mas os mitos constroem-se assim: reais promessas de um mundo melhor que alguém resolve interromper para sempre. São os carrascos que mais contribuem para a criação desse mito.
Hoje pouco importa o que Kennedy poderia ter realmente feito até porque a História escreveu, com alguns inúteis anos de atraso, um tempo de paz, mas é interessante refletir e concluir sobre a importância que homens como Kennedy, Gandhi, Luther King, Mandela, tiveram na História coletiva e individual. Na verdade, eles foram uma locomotiva civilizacional que fez acreditar milhões de pessoas que era possível construir um mundo melhor, feito de liberdade, paz, tolerância, onde grande parte do nosso tempo fosse ocupado a construir, a inventar, a criar algo que tornasse as nossas vidas um largo rio de felicidade.
Kennedy era uma utopia? Ainda bem! Oscar Wilde dizia que “o progresso não é senão a realização das utopias” e o escritor uruguaio Eduardo Galeano acrescentou “A utopia está lá no horizonte. Aproximo-me dois passos. Ela afasta-se dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais a alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.”

Gabriel Vilas Boas     

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