Na primavera de 2011, os The Gift lançavam-se definitivamente para o êxito com RGB. Uma música poderosa, jovem, original que rapidamente me conquistou não apenas pela inovação musical como pela frescura da letra. Ainda hoje a recordo como uma música icónica desse ano, ou não tivesse entrado como um foguete no ouvido de muitos milhares de portugueses que a trauteavam ou apenas sorriam de felicidade quando a ouviam no rádio, a caminho do emprego ou de casa.
Com a força de um amor único e irrepetível, RGB é um crescendo de adrenalina pura e melodia emocionante, que irá terminar num belo final, onde depois de atingido o clímax, este desaparece deixando o perfume sonoro de uma música de exceção.
A letra em inglês casa muito bem com o tipo de música que RGB representa, sugerindo o desafio da aventura, uma decisão marcante, a escolha de uma vida.
O início é o aviso, que no fundo confessa um amor profundo: What made you think I´m in love with you? One hundred ways to appart from you.
Cem ou mil, nenhuma parece suficientemente forte para separá-los. Ainda que um tenho construído um mundo a preto e branco, demarcado a cinza, e outro tenha criado um arco-íris de cores, o desafio é “running to the stars /Let the fireworks start”.
No entanto, a dúvida sobre um final feliz cresce emocionante, tanto na música como no ouvinte, fazendo-o participar inconscientemente de uma história de amor mágica, mas de final imprevisível. Talvez por isso, o final seja tão radical e acabe numa interrogação: "There is a gun in my hand /(…)If it points at your head/Would you die for me?"
Na verdade, não interessa quem morre por quem, mas quem é capaz de Amar até às estrelas. E é de Amor que esta canção “fala”. De um Amor, total, inabalável, absoluto e tão poeticamente definido em “If de World explode right now/ I will hide you deep underground”.
Vale a pena voltar a ouvir.
Gabriel Vilas Boas
Lets make gracinhas...not love!
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