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quinta-feira, 19 de novembro de 2015

A NAVE DOS LOUCOS, de Bosch

O quadro que vos proponho hoje está em Paris, no Museu do Louvre, desde 1918.
 Trata-se de um quadro de Bosch, provavelmente da última década do século XV, cujo nome é bem sugestivo: A NAVE DOS LOUCOS.
Desconhece-se a sua origem e parece faltar-lhe a parte inferior. O tema representado faz referência a uma história em tom burlesco, acerca da corrupção existente na sociedade  em geral e no clero, em particular.
É muito provável que o pintor se tenha baseado num poema satírico, em latim, de Sebastian Brant que, na sua edição de 1498, apresenta algumas gravuras com ilustrações que não têm nada a ver com a obra de Bosch.

Os protagonistas da pintura são uma freira e um frade franciscano que estão tão distraídos, tentando fincar os dentes num pedaço de comida, pendurada por um fio, que nem dão conta que um ladrão lhes vai roubar o pouco que lhes resta sobre a mesa.

Nesta pequena tela (óleo sobre madeira de 58 X 33 cm) realço dois pormenores: um na parte superior da pintura e outro na parte inferior direita.



No primeiro caso, vemos que o mastro do navio se converteu numa árvore em que se destaca uma caveira. A bandeira, flutuando ao vento, mostra uma meia-lua que faz alusão aos lunáticos, ou seja, aos loucos que eram habitualmente marginalizados nas suas cidades de origem e obrigado a viajar num barco sem rumo fixo.








O segundo pormenor que destaco é o da personagem masculina que está a vomitar. Este vómito foi interpretado por alguns historiadores de arte como símbolo da abominável náusea que os condenados sentem no inferno.

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