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sábado, 21 de novembro de 2015

A PENSAR MORREU UM BURRO


A expressão “a pensar morreu um burro” parece um contra-senso pela carga negativa que a palavra tem quando aplicada aos seres humanos, mas significa que alguém demora demasiado tempo a tomar uma decisão, porque nela pensa durante muito tempo.
A história que dá corpo a esta expressão idiomática é de um filósofo francês do século XIV, Jean Buridan. Em O Asno, este reitor da Academia de Paris escreveu sobre essa característica humana: a indecisão. Imaginou um burro cheio de sede e de fome. Perante duas tijelas, uma cheia de água e outra de comida, o burro ficou tão indeciso que acabou por morrer à fome e à sede.

A indecisão é uma das características que mais atrasa o desenvolvimento individual e coletivo. Obviamente, que não devemos decidir rapidamente, sem necessidade, mas fugir à tomada de decisões, normalmente acaba por ser a pior das decisões.
Escolher faz parte da vida e, muitas vezes, implica perder algo... muito importante ou até perder tudo. Este medo tolhe, assusta, paralisa.
Não decidir também pode ser uma decisão, mas dificilmente será a melhor e nunca será nossa.


A sabedoria deste ditado popular reside no facto de nos ensinar a aceitar que a vida comporta riscos e devemos assumi-los. Não como se de um jogo se tratasse, mas como um elemento fundamental para o nosso crescimento.
Este crescente medo de decidir, começa no indivíduo e prolonga-se no trabalho e em decisões relevantes para a vida dos povos. Ninguém decide sempre bem, mas só quem arrisca decidir está em condições de decidir melhor na próxima angústia, dúvida, incerteza.
A racionalidade é indispensável ao comportamento humano, mas é indesmentível que o instinto e a intuição, muitas vezes, são a chave que abre as portas do futuro e, algumas vezes, do Destino.

Gabriel Vilas Boas

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