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domingo, 18 de outubro de 2015

SOLIDÃO


SOLIDÃO
Apenas soube que existes
No dia em que me atingiste!
É quase sempre assim…
Agora que sei o teu nome,
Conheço o teu ADN e a tua fome
De te juntares a mim,
Reconheço que sempre
Estiveste por perto.
Dizem-te parceira dos velhos,
Dos Deserdados e desamados
E tu sorris, sorris como um esperto
Que adora convenientes enganos!

Visitas-nos desde tenra idade.
Vejo-te nos putos presos na rua,
Esfomeados do carinho dos pais;
Revejo-te nos alunos alheados e tristes
Sentados à porta das salas de aula
Sem saber o que fazer com os intervalos.
Mas deles tens comiseração…
Ou então é apenas esperteza. Já nem sei…
Um like a tlintar no smartphone,
Os headphones nos ouvidos,
Um beijo furtivo e quente…
E adias a tua apresentação!




Abomino é o que fazes aos velhos!
Massacra-los com memórias 
que não voltam,
Não lhes dá nem a visita piedosa dum neto,
Entropeces-lhes a vontade.
Detesto-te, porque não havia necessidade!
Eles já perderam o suficiente,
Tu já ganhaste mais do que merecias.



Agora nós!
Fomos apresentados num dia qualquer,
Em que olhei ao espelho além da roupa
E te vi a troçar de satisfação.
Acho que foi num daqueles dias
Em que a lucidez triunfou sobre a vaidade,
Em que o telefone não tocou e as SMS não chegaram.
Ou então os silêncios se prolongaram
E os abraços não traziam calor.


Nesse dia marcaste tantos golos
Que te fartaste!
Noutras alturas, ganhaste, claramente, o jogo…
Mas o nosso campeonato 
nem a meio vai!
Dar-te-ei sempre luta!
Não viverás mais
À custa do meu egoísmo!

Outro dia senti saudades…
E senti-te também por perto.
Não sei se me dizias adeus 
ou olá…

Por mim, dizia-te adeus
 e olá à outra pessoa.
Quanto ao nosso campeonato,
Apenas tenho uma certeza:
VAIS PERDER.
No jogo da Vida, quem vence sou Eu!

Gabriel Vilas Boas

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