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quinta-feira, 8 de outubro de 2015

PERSEU SALVANDO ANDRÓMEDA, de Piero di Cosimo


Piero di Cosimo era um artista extremamente inventivo, famoso pelas vestes que criava para as representações e procissões, bem como pela sua divertida pintura sobre temas mitológicos, muito procurada por mecenas privados em Florença.
A sua vida era tão excêntrica como a sua pintura – detestava tanto o fogo que tinha medo de cozinhar e vivia de ovos cozidos, preparando 50 de cada vez, ao mesmo tempo que fervia a sua cola. Também recusava permitir que varressem os seus aposentos ou que podassem as suas árvores de fruto, vivendo mais como um bruto de que como um homem.
Piero representou várias fases de uma narrativa mitológica neste único painel, datado de 1490. Ao cimo, à direita, Perseu voa pelos céus para salvar Andrómeda, que está amarrada ao cepo de uma árvore à esquerda – a mãe dela tinha provocado a ira de Neptuno ao declarar-se mais bela que as Nereidas e Andrómeda estava prestes a ser sacrificada a um monstro marinho. Um momento mais tarde, Perseu aterra nas costas do cómico monstro marinho – proeminentemente colocado no centro da composição – e começa a bater-lhe no pescoço.

Uma bizarra mistura de pessoas estranhamente vestidas ou desnudadas destacam-se da cena em primeiro plano. Morto o animal, Perseu desposa Andrómeda – o grupo à direita celebra a libertação da donzela.

O elemento-chave desta composição de Piero di Cosimo é Perseu. Mandado buscar a cabeça de Medusa (uma górgona que transformava em pedra todos aqueles que olhavam para ela), Perseu recebeu uma armadura de Minerva e umas botas aladas de Mercúrio. Perseu decapitou Medusa olhando para o seu reflexo no escudo e, no caminho de volta a casa, salvou a princesa etíope Andrómeda que estava prestes a ser comida por um monstro marinho. Quando o pretendente de Andrómeda, Fineu, interrompeu a boda do casal, Perseu usou a cabeça de Medusa para o petrificar.

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