Piero di Cosimo era um
artista extremamente inventivo, famoso pelas vestes que criava para as
representações e procissões, bem como pela sua divertida pintura sobre temas
mitológicos, muito procurada por mecenas privados em Florença.
A sua vida era tão
excêntrica como a sua pintura – detestava tanto o fogo que tinha medo de
cozinhar e vivia de ovos cozidos, preparando 50 de cada vez, ao mesmo tempo que
fervia a sua cola. Também recusava permitir que varressem os seus aposentos ou
que podassem as suas árvores de fruto, vivendo mais como um bruto de que como
um homem.
Piero representou
várias fases de uma narrativa mitológica neste único painel, datado de 1490. Ao
cimo, à direita, Perseu voa pelos céus para salvar Andrómeda, que está amarrada
ao cepo de uma árvore à esquerda – a mãe dela tinha provocado a ira de Neptuno
ao declarar-se mais bela que as Nereidas e Andrómeda estava prestes a ser sacrificada
a um monstro marinho. Um momento mais tarde, Perseu aterra nas costas do cómico
monstro marinho – proeminentemente colocado no centro da composição – e começa
a bater-lhe no pescoço.
Uma bizarra mistura de
pessoas estranhamente vestidas ou desnudadas destacam-se da cena em primeiro
plano. Morto o animal, Perseu desposa Andrómeda – o grupo à direita celebra a
libertação da donzela.
O elemento-chave desta composição
de Piero di Cosimo é Perseu. Mandado buscar a cabeça de Medusa (uma górgona que
transformava em pedra todos aqueles que olhavam para ela), Perseu recebeu uma
armadura de Minerva e umas botas aladas de Mercúrio. Perseu decapitou Medusa
olhando para o seu reflexo no escudo e, no caminho de volta a casa, salvou a
princesa etíope Andrómeda que estava prestes a ser comida por um monstro
marinho. Quando o pretendente de Andrómeda, Fineu, interrompeu a boda do casal,
Perseu usou a cabeça de Medusa para o petrificar.
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