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sábado, 3 de outubro de 2015

JÚLIO CÉSAR VENCE OS GAULESES


O momento decisivo da conquista da Gália surgiu em outubro de 52 a.C.. Júlio César cercou o forte da colina de Alésia (oppidum), na atual Borgonha, que foi ocupada por um exército de 80 mil homens e tribos confederados, incluindo os éduos, antigos aliados dos romanos; o seu chefe era Vercingetórix, rei dos arvernos. Um mês depois, Vercingetórix lançou um ataque à posição dos romanos, mas sofreu pesada derrota. Entregou-se nesse mesmo ano, mas foi exibido em Roma durante o triunfo de César. Seis anos mais tarde foi executado.
A conquista da Gália foi, talvez, o maior triunfo de Júlio César à frente do povo romano. Além de líder político, César era um excelente líder militar, temido e respeitado pelos seus mais forte adversários. Dois anos mais tarde após esta magnífica conquista da Gália, Júlio César refere-se assim ao momento em que desbaratou Vercingetórix:
«Quando os gauleses no oppidum (forte da colina) puderam ver a chacina e a debandada dos seus compatriotas, perderam toda a esperança de serem salvos e retiraram todos os seus homens das fortificações.
Assim que a notícia da nossa vitória chegou até eles, a força de apoio gaulesa fugiu imediatamente dos acampamentos. […]
No dia seguinte, Vercingetórix convocou uma reunião. Salientou que desencadeara a guerra não por motivos pessoais mas pela liberdade da Gália. Como tinha de ceder ao destino, entregava o seu futuro nas mãos dele. Deveriam decidir se o matavam e assim cediam aos romanos ou se o entregavam vivo.
Enviaram-me emissários para discutir isto. Ordenei que entregassem as suas armas e que os chefes tribais fossem trazidos à sua presença. Ocupei o meu lugar nas fortificações diante do acampamento e trouxeram-me os chefes. Vercingetórix rendeu-se e as armas foram depostas à minha frente. Retive os prisioneiros éduos e arvernos, esperando usá-los para recuperar a lealdade das suas tribos. Os restantes distribuí-os como prémios pelo exército, oferecendo um prisioneiro a cada um dos meus homens.»  
É curioso notar que as relações entre a França e a Itália nunca foram as mais amistosas e talvez a esmagadora vitória de Júlio César na Gália muito tenha contribuído para formar esse código genético de ressentimento.

Gabriel Vilas Boas

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