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domingo, 4 de outubro de 2015

THEY CAN´T STOP THE GUNS


«Estamos a embrutecer. Brutal violência como esta não há noutros países desenvolvidos. Somos o único país desenvolvido da Terra que vive estes assassínios em massa a cada par de meses.»
Estas palavras duras, desoladas, magoadas de Barack Obama não têm muitas horas e foram proferidas após mais um ataque de mais um tresloucado americano que decidiu matar dez jovens sem razão aparente.
Pela 15.ª vez no seu mandato, Barack Obama foi obrigado a fazer uma declaração de pesar e dor perante mais um acontecimento negro da história quotidiana americana. Como muito bem referiu o presidente dos EUA «De alguma forma isto tornou-se rotina, como rotina se tornou a minha resposta.». Obama sente que as suas desculpas, as suas preces, em nome da grande nação americana soam a falso perante o mundo inteiro, pois ninguém percebe como os americanos continuam com uma lei de armas tão permissiva. Como muito bem destacou Ricardo Araújo Pereira, no “Governo Sombra” desta semana há um Estado norte-americano onde dois cegos podem comprar legalmente uma arma se lhes apetecer, mas dois homossexuais não podem casar se for essa a sua vontade, ou seja, nesse estado é mais perigoso dois homossexuais aos beijos na rua que dois cegos a disparar no parque.

Os americanos têm um grave problema legal, mental e social com o uso das armas. As suas leis são despudoradamente permissivas. Qualquer um pode ter uma arma para uso pessoal sem ter que preencher nenhum requisito especial para tal. Obama tentou desde o início do seu mandato mudar esta situação, mas os dois maiores partidos, o Congresso, o poderoso lobby das armas, o National Rifle Association, impediram que Obama conseguisse aprovar uma lei das armas que nem era nada de especial: os vendedores deviam verificar o cadastro e o estado de saúde mental daqueles a quem vendiam armas, antes de procederem à venda. Foi recusado!

Entendo perfeitamente toda a frustração de Obama. O homem que pôs os pobres no Serviço Nacional de Saúde, o homem que impediu que milhões de ilegais fossem deportados desde já, o homem que reatou relações com Cuba, não conseguiu impedir que loucos, cadastrados, Serial Killers comprem as armas que lhes apetecer, com calibres só ao alcance de forças militares, de uma forma tão simples como adquirem uma coca-cola.
A National Rifle Association diz que está na Constituição que qualquer americano pode ter uma arma para defesa pessoal. Obviamente a Constituição americana anda a precisar de mais uma emenda! Não é admissível que os americanos gastem milhões na luta contra o terrorismo e depois permitam que todos os meses um terrorista qualquer elimine dez ou vinte inocentes.
Os norte-americanos têm definitivamente que perceber que não vivemos já no faroeste e que o tempo dos cowboys há muito que acabou.

Gabriel Vilas Boas

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