O que significa esta expressão? Algo
parecido com “Passar-se da marmita”, mas se calhar ficamos na mesma.
Amok é uma síndrome (conjunto de sinais e
sintomas que caracterizam determinada condição ou doença) psiquiátrica, que
consiste numa súbita e espontânea explosão de raiva numa pessoa.
O nome surgiu a partir do termo malaio “meng-âmok”,
que significa «atacar e matar com ira cega», e referia-se a uma forma de
loucura passageira, em que uma pessoa mata outros indivíduos. Os malaios, assim
como os indonésios, relacionavam o termo e o comportamento com questões espirituais.
Acreditavam que o amok era provocado pelo espírito mau de um tigre que entrava no
corpo de alguém e provocava a reação agressiva.
A palavra está associada a um fenómeno
ancestral e sociocultural da Malásia: uma pessoa, quase sempre homem, sem
historial de violência, agarra numa arma, tenta matar várias pessoas e depois
comete suicídio. Já em 1770, o explorador James Cook descreveu casos
semelhantes deste comportamento violento de pessoas malaias que, segundo os
seus relatos, matavam pessoas um pouco à sorte.
Entre os vários psiquiatras que aplicam o
termo amok a atitudes explosivas e violentas, está o psiquiatra
americano Joseph Westermeyer. O clínico usou o termo para se referir a um
ataque no Laos, em 1972, como um exemplo desta síndrome, que está classificada
oficialmente como condição psiquiátrica desde 1849.
Os contornos de um ataque destes são muito
semelhantes aos dos massacres contemporâneos, se pensarmos, por exemplo, nos
casos de jovens ou adultos que entram armados em escolas e disparam
indiscriminadamente. O massacre no liceu de Columbe, nos EUA, em 1999,
é um dos mais conhecidos.
No entanto, o significado violento da
palavra amok foi sendo amenizado ao longo dos anos. Hoje em dia, usamos
a expressão para nos referimos a alguém que teve uma reação mais intempestiva,
imprevisível, ou a uma situação de confusão. Todavia sem a carga dramática e
trágica que ela tem sobre o seu sentido original.
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