A 6 de
maio de 1908 a monarquia iniciava a última viagem ao comanda de Portugal. Com apenas
18 anos, D. Manuel II assumia o trono português após os trágicos atentados do
primeiro dia de fevereiro desse ano, que vitimaram o pai e o irmão mais velho,
deixando o país sem rei e ferindo de morte a monarquia.
Obviamente
D. Manuel II não estava preparado para ser Rei e a monarquia não tinha futuro
em Portugal, depois do regicídio. Foram dois anos de reinado, em que todos
percebiam o que estava para acontecer: mais dia, menos dia, a República
triunfaria.
Inexperiente, D. Manuel II optou por uma atuação cautelosa, mas aonde não cabia
João Franco, dado que o julgava responsável pela tragédia que abalou a coroa de
modo definitivo.
Aturdido
pela morte do irmão e do pai, deixou correr o tempo, cumpriu a Carta
Constitucional, nomeou um governo de consenso e preocupou-se com a questão
social, chamando a Lisboa um sociólogo francês que o aconselhou a reorganizar o
trabalho e as administrações locais. Todavia o ancestral imobilismo da máquina
do Estado impediu que as ideias saíssem do papel e D. Manuel II pouco mais além
foi do que das boas intenções.
O
jovem, que nunca tinha pensado em ser rei, não tinha força nem astúcia suficientes
para defender a monarquia do ataque final do republicanismo. A simpatia que
gerou nos primeiros meses de reinado deveu-se em larga escala à sua juventude e
à tragédia que ensombrou a família real e não à sua ação nem às expectativas
que infundia.
Feito o luto, percebeu-se que o país estava
farto da monarquia e já não acreditava que D. Manuel fosse algum D. Sebastião. Não
foi preciso mais derramamento de sangue. O último rei partiria para o exílio em
paz, fechando a porta sobre mais de 750 anos de monarquia em Portugal.
Foi
uma despedida suave, triste, que não deixou saudade. Provavelmente a monarquia
mereceria um adeus diferente, mas na europa já sopravam outros ventos ideológicos e as
histórias de reis, rainhas e princesas tinham deixado de encantar os povos que
adivinhavam no horizonte as nuvens carregadas da Primeira Grande Guerra
Mundial.
Gabriel Vilas Boas
Falta a queda da monarquia britânica, substituída pela UR - United Republic.
ResponderEliminarE, já agora, com uma única seleção nacional de futebol, a exemplo dos maiores países como os EUA, a China ou a Alemanha.
As monarquiazitas escandinavas cairão como baralho de cartas...