20 de maio é uma data emblemática nas relações de Portugal com o Oriente: em 1498, Portugal dá novos mundos ao mundo, com a chegada de Vasco da Gama à India, por via marítima, e em 2002 é proclamada a Independência da República de Timor-Leste.
Entre
estas duas datas passaram mais de 500 anos de história, uma história riquíssima
e uma ligação entre povos e culturas que perdura até aos dias de hoje.
As relações entre Portugal
e os diversos países do Oriente sempre foram, substancialmente, comerciais e
culturais. E foi no Oriente que Portugal encontro a melhor parceria que fez ao
longo da sua História.
Acho
que a consciência, desde o início, que encontraríamos povos e culturas milenares,
em muitos aspetos superiores ao nosso, nos deu a sabedoria de nunca ter ilusões
nem ambições, sobre domínios territoriais e imposições de costumes, contra a
vontade daqueles que já lá estavam.
O encontro entre povos é uma riqueza humana e civilizacional que assenta no respeito mútuo, na partilha, no intercâmbio.
O encontro entre povos é uma riqueza humana e civilizacional que assenta no respeito mútuo, na partilha, no intercâmbio.
Chegamos à Índia, na
viragem para o século XVI, para nos afirmarmos como senhores do mar e do
comércio mundial. Nessas gloriosas viagens, construímos todo o brilho da nossa
História e criámos a única real oportunidade de sermos um povo com uma
influência à escala planetária. Perdemos essa oportunidade em pouco tempo, por
culpa própria, mas as relações com o Oriente não morreram, bem pelo contrário.
Índia, Macau, Timor-Leste são importantes marcos da portugalidade no Oriente.
É curioso
pensar o que aprendemos neste relacionamento com o Oriente. Acho que eles nos
ensinaram coisas muitos importantes: que os relacionamentos entre os povos não
devem ser interesseiros nem fugazes; que o tempo é fundamental para consolidar
qualquer tipo de parceria; que a economia deve andar de braço dado com a
cultura. Se repararmos bem, ninguém nos repeliu ostensivamente, mas também não
permitiram qualquer tipo de saque. Na Índia, na China ou em Timor-Leste sempre
fomos bem-vindos quando fomos por bem.
Hoje
procuramos a Oriente a solução para os nossos problemas económicos e mais uma
vez eles não nos negam apoio, que nem sempre soubemos merecer. Foi dos chineses
a proposta mais alta para a compra da EDP; em Timor-Leste há um país irmão que
nos considera, que nos chama a participar na construção dum país novo. Mas é
preciso estar com boas intenções e não com ideias oportunistas. A Oriente
valoriza-se os amigos de longa data, aqueles que não flutuam ao sabor das circunstâncias.
As relações com os povos asiáticos foram aquelas que melhor nos correram, ao longo da nossa história. Talvez porque o controlo nunca foi nosso, talvez porque fossem povos com uma sabedoria mais apurada… talvez não fosse má ideia valorizarmos mais a nossa ligação a Oriente.
Gabriel Vilas Boas
As relações com os povos asiáticos foram aquelas que melhor nos correram, ao longo da nossa história. Talvez porque o controlo nunca foi nosso, talvez porque fossem povos com uma sabedoria mais apurada… talvez não fosse má ideia valorizarmos mais a nossa ligação a Oriente.
Gabriel Vilas Boas
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