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sábado, 23 de maio de 2015

O RALI REGRESSOU A CASA, O RALI REGRESSOU AO NORTE


Bermas de estrada cheias de gente, o pó levantado a cada passagem dos carros sonhados, a velocidade impensável a que cada piloto que passa, o calor abrasador, a perícia dos heróis de nomes esquisitos posta em cada curva, os saltos nas lombas, os peões, os enganos e os acidentes e até a adrenalina do perigo. Tudo isto está de regresso ao norte do país, onde existe verdadeira paixão pelas corridas de carros e onde os percursos desenhados pela natureza proporcionam um espetáculo inolvidável, até para quem não é um apaixonado por carros nem pelo Rali.

O Rali de Portugal está de regresso a casa, está de regresso ao norte de Portugal, onde foi sempre amado. Lousada, Viana do Castelo, Caminha, Baião, Amarante, a Serra do Marão, Fafe, Matosinhos não têm hotéis de luxo para pilotos de todas as mordomias, mas têm um público apaixonado, vibrante, generoso que se levanta de madrugada para ver os seus carros de eleição e os pilotos que perpetuam a lenda. Um público que acampa, que come pó e apanha sol na cabeça para ver in loco breves segundos de espetáculo automobilístico a serpentear na serra da Aboboreira ou do Marão, a deslizar entre as sinuosas curvas de Fafe, a travar a fundo e acelerar de novo na classificativa de Fridão.


Talvez nem saibam o nome dos heróis modernos, tão invulgares são os seus nomes (Ogier, Mikkelsen, Kubica, Latvala, Prokov, Sordo, Paddon, Meeke, Ostberg), mas sabem que conduzem aqueles máquinas com que todos os homens sonham: os carros oficiais da Volkswagen, da Hyundai, da Citroen, da Ford. A potência, a perfeição das linhas, a robustez, a velocidade com que se exibem fazem milhares e milhares sonharem com um dia assim da parte de dentro daqueles bólides onde o prazer da condução, a adrenalina e o perigo são levados ao limite.

Por horas, o silêncio daquelas grandes serras paradas no tempo faz uma pausa e vibra com todos aqueles que têm a paixão dos carros a correr-lhes nas veias.
Não sei se virão muitos mais turistas a esta zona encravada entre Trás-os-Montes, o Minho e o Douro, em virtude da realização do Rali de Portugal nesta zona do país, mas sei que o Rali faz muita desta gente feliz e isso basta-me. Sem a paixão dos adeptos qualquer desporto perde muita da sua força e do seu brilho.
O Rali hoje esteve por cá. Amarante e Baião mostraram que o lugar do Rali de Portugal é no norte, porque aqui está escondida a fórmula secreta que faz pilotos e carros tocarem as estrelas!
Gabriel Vilas Boas


Gabriel Vilas Boas   

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