O Museu do Louvre, em
Paris, é um dos maiores e mais importantes museus do mundo. Lá podemos encontrar
algumas das mais famosas pinturas da história da humanidade como a Mona Lisa de
Leonardo Da Vinci e coleções de diversas origens, com especial destaque para a escola
francesa e italiana. Ainda que em menor número, temos também pinturas das escolas inglesa, alemã, espanhola, flamenga e holandesa.
Hoje resolvi trazer-vos
dois quadros desta última escola. Trata-se de dois quadros de Rembrandt que
estão no Museu da capital francesa: Os Peregrinos de Emaús e O Boi Esfolado.
Os
Peregrinos de Emaús
Este óleo sobre tela do
pintor holandês é de 1648.
Rembrandt, embora fosse
considerado um especialista em retrato, não recusou a oportunidade que lhe
deram certas encomendas para demonstrar os seus conhecimentos, ao representar
cenas sagradas, acentuando o caráter dramático, típico deste tipo de
composições.
O tema da cena Emaús
foi representado por uma grande quantidade de artistas. Retrata o momento em
que Cristo aparece a dois dos seus discípulos que iam a caminho de Emaús; estes
discípulos reconhecem o seu mestre na altura de benzer a mesa e o pão. Este é o
motivo pelo qual a cena se desenvolve à volta da mesa em que vemos Cristo; de
ambos os lados do Salvador estão os discípulos que olham impressionados,
enquanto ao fundo vemos o estalajadeiro, indiferente ao que se está a passar, e
a pousar o pousar o prato com a comida.
A pousada possui como única
referência arquitetónica um arco de volta perfeita e uma porta.
Segunda a tradição de
Caravaggio, Rembrandt quis iluminar a figura de Cristo por ser a mais
importante, deixando as restantes numa zona de menor iluminação, enquanto no
resto da composição abunda a sombra.
As cores utilizadas por
Rembrandt são de uma mesma gama cromática, que vai de tons mais avermelhados ou
alaranjados aos mais amarelos e acastanhados.
O
BOI ESFOLADO
Este quadro é de 1655 e
retrata um tema estranho dentro da produção pictórica de Rembrandt. No entanto,
o pintor holandês pintou outro quadro sobre este mesmo tema que está em
Glasgow, na Arte Gallery and Museum.
Crê-se que Rembrandt
realizou este tipo de obras para levar a cabo estudos em torno das variações de
luz e da cor sobre um mesmo objeto, adiantando-se deste modo ao quadro Vista
da Catedral de Rouen, de Monet. A cena é bastante realista devido à
posição da mulher do carniceiro atrás da porta. A mulher do carniceiro assoma
timidamente à porta como que querendo entabular um diálogo com o espectador;
apresenta-se-nos quase como uma mancha, pois aparece esboçada, com pinceladas
grossas e de grande densidade pictórica.
A trave de madeira, na
qual está pendurado o boi esfolado, serve a Rembrandt para criar uma perspetiva
no matadouro em que este se encontra, conferindo-lhe assim profundidade.
Ao ser um quadro
concebido como experiência, o traço é bastante mais solto, mas no entanto, a
preocupação com os efeitos é a mesma de uma cena religiosa.
Gabriel Vilas Boas
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