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quinta-feira, 7 de maio de 2015

REMBRANDT NO LOUVRE

O Museu do Louvre, em Paris, é um dos maiores e mais importantes museus do mundo. Lá podemos encontrar algumas das mais famosas pinturas da história da humanidade como a Mona Lisa de Leonardo Da Vinci e coleções de diversas origens, com especial destaque para a escola francesa e italiana. Ainda que em menor número, temos também pinturas das escolas inglesa, alemã, espanhola, flamenga e holandesa.
Hoje resolvi trazer-vos dois quadros desta última escola. Trata-se de dois quadros de Rembrandt que estão no Museu da capital francesa: Os Peregrinos de Emaús e O Boi Esfolado.

Os Peregrinos de Emaús
Este óleo sobre tela do pintor holandês é de 1648.
Rembrandt, embora fosse considerado um especialista em retrato, não recusou a oportunidade que lhe deram certas encomendas para demonstrar os seus conhecimentos, ao representar cenas sagradas, acentuando o caráter dramático, típico deste tipo de composições.
O tema da cena Emaús foi representado por uma grande quantidade de artistas. Retrata o momento em que Cristo aparece a dois dos seus discípulos que iam a caminho de Emaús; estes discípulos reconhecem o seu mestre na altura de benzer a mesa e o pão. Este é o motivo pelo qual a cena se desenvolve à volta da mesa em que vemos Cristo; de ambos os lados do Salvador estão os discípulos que olham impressionados, enquanto ao fundo vemos o estalajadeiro, indiferente ao que se está a passar, e a pousar o pousar o prato com a comida.
A pousada possui como única referência arquitetónica um arco de volta perfeita e uma porta.
Segunda a tradição de Caravaggio, Rembrandt quis iluminar a figura de Cristo por ser a mais importante, deixando as restantes numa zona de menor iluminação, enquanto no resto da composição abunda a sombra.
As cores utilizadas por Rembrandt são de uma mesma gama cromática, que vai de tons mais avermelhados ou alaranjados aos mais amarelos e acastanhados.

O BOI ESFOLADO
Este quadro é de 1655 e retrata um tema estranho dentro da produção pictórica de Rembrandt. No entanto, o pintor holandês pintou outro quadro sobre este mesmo tema que está em Glasgow, na Arte Gallery and Museum.
Crê-se que Rembrandt realizou este tipo de obras para levar a cabo estudos em torno das variações de luz e da cor sobre um mesmo objeto, adiantando-se deste modo ao quadro Vista da Catedral de Rouen, de Monet. A cena é bastante realista devido à posição da mulher do carniceiro atrás da porta. A mulher do carniceiro assoma timidamente à porta como que querendo entabular um diálogo com o espectador; apresenta-se-nos quase como uma mancha, pois aparece esboçada, com pinceladas grossas e de grande densidade pictórica.
A trave de madeira, na qual está pendurado o boi esfolado, serve a Rembrandt para criar uma perspetiva no matadouro em que este se encontra, conferindo-lhe assim profundidade.
Ao ser um quadro concebido como experiência, o traço é bastante mais solto, mas no entanto, a preocupação com os efeitos é a mesma de uma cena religiosa.


Gabriel Vilas Boas

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