Há cerca de duas semanas (17 de maio) fez setenta anos que o filme CASABLANCA, de Michael Curtiz foi exibido pela primeira vez em Portugal, no Teatro Politeama. Trata-se de um filmes mais míticos do cinema mundial, uma película que marcou a história da sétima arte e a carreira de Humphrey Bogart e Ingrid Bergman.
Há sempre outros que vêm à cabeça quando se fala no melhor filme de sempre. Há sempre outros maiores, mais grandiosos, há sempre outros mais profundos, mais belos, mas, se procurarmos no fundo da alma coletiva, onde se mantém a doce memória do toque inefável de uma obra-prima, sabemos invariavelmente qual é “O filme”: Casablanca.
Não há outro filme rodeado por semelhante aura e que demonstre a todo o momento ter vida própria e também a capacidade de sobrevivência: ultrapassou o culto a Humphrey Bogart; sobreviveu às ondas revivalistas; enxovalhou os que tiveram o desplante de o colorir; salta de geração em geração, com a vitalidade de uma obra que mais cedo ou mais tarde, acaba por ser o filme preferido de toda a gente.
Não há outro filme rodeado por semelhante aura e que demonstre a todo o momento ter vida própria e também a capacidade de sobrevivência: ultrapassou o culto a Humphrey Bogart; sobreviveu às ondas revivalistas; enxovalhou os que tiveram o desplante de o colorir; salta de geração em geração, com a vitalidade de uma obra que mais cedo ou mais tarde, acaba por ser o filme preferido de toda a gente.
Em Casablanca, tudo é perfeito. As interpretações são geniais (apesar de Bogart ter sido injustamente preterido na eleição de melhor ator) e a realização de Michael Curtiz, premiada pela Academia de Hollywood, vive pelos atores e para os atores, tornando-se brilhante sem atingir qualquer zénite.
Na chave de toda a excelência do filme está o argumento premiado de Julius Epstein, Philip Epstein e Howard Koch.
Poucas são as pessoas interessadas por cinema que ainda não viveram esta magnífica história em que Rick (Bogart), o aventureiro americano que tem um café em Casablanca, abdica do seu amor por Ilse (Ingrid Bergman), em nome da honra pessoal, para ajudar o marido desta – o chefe da Resistência, Victor Laszlo (Paul Henreid) – a embarcar num avião para Lisboa, de onde poderá escapar para o oásis americano.
Poucos são ainda os que não desejaram ver o filme uma e outra vez, ou os que não transbordam de nostalgia quando ouvem Dooley Wilson a cantar “A Time Goes By”.
E tantas são as histórias em torno deste mito do cinema, muitas delas fantasiadas, como aquela que sustentava que o final do filme apenas fora decido no último dia (a moralidade estabelecida em Hollywood apenas permitiria que Bergman seguisse com o seu marido) ou a emblemática frase, afinal inexistente no filme, “Play it again, Sam”…
“Everybody comes to Rick’s” era o título da peça original, mas que nunca foi publicada. Alterando um pouco: toda a gente acaba por amar Casablanca, e por vê-la, pelo menos, uma vez na vida. Hoje pode ser a sua vez!
Gabriel Vilas Boas
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