Complexo grandioso,
erguido para comemorar a mais emblemática vitória da História de Portugal – a
vitória na Batalha de Aljubarrota – o Mosteiro de Batalha constitui um exemplo
feliz da combinação dos estilos gótico e manuelino.
Trata-se de uma
arquitetura religiosa. A igreja é de influência mendicante, de complexo
conventual, ordenado à volta de dois claustros, inicialmente quatro.
Há uma simbiose
harmoniosa de dois estilos: o gótico mendicante e flamejante. Destaque para o
arco conopial presente no portal oeste e para os túmulos dos infantes, além do
túmulo duplo de D. João I e D. Filipa de Lencastre.
No mosteiro, fundem-se
a arquitetura gótica portuguesa, característica dos séculos XIII/XIV, com as
novas tendências da arquitetura do século XV, nomeadamente de expressão
flamejante.
A construção erigida em
calcário brando, das pedreiras locais, o que permitiu uma riqueza de
ornamentação, com destaque para o teto, coberto por abóbada de ogiva, as
estátuas dos apóstolos e toda a decoração do portal principal, a abóbada estrelada da Capela do Fundador e As Capelas Imperfeitas, onde nos arcos pontiagudos
predomina o trabalho minucioso da mão do artista.
Saliente-se que, em
1388, deu-se a doação da “casa e mosteiro”, dedicada a Nossa Senhora, à Ordem
de S. Domingos, cuja construção se iniciara a seguir à Batalha de Aljubarrota,
em 1386, em cumprimento do voto régio, em terrenos comprados a Egas
Coelho. Em 1416, deu-se a depositação
dos restos mortais de D. Filipa de Lencastre na capela-mor da igreja.
Em 1437, comprou-se o
terreno junto à cabeceira, onde se deu início ao panteão de D. Duarte (Capelas
de D. Duarte). No período 1448/1477, lavrou-se os túmulos dos infantes e do
rei, D. João I, e concluiu-se a Torre do Relógio, o Claustro de D. Afonso V,
lajearam-se os claustros, ladrilharam-se varandas e aposentos.
No início do século XVI
teve lugar a construção de contrafortes sobre os espaços intercalares das
capelas imperfeitas, para receber futura cobertura, e ainda do átrio de ligação
à igreja.
Em 1517, D. Manuel, no
seu testamento recomendou ao seu sucessor que concluiu-se o panteão iniciado
por D. Duarte, estabelecendo uma ligação adequada com a igreja.
Prosseguiram ainda as
obras promovidas por D. João III: varanda balaustrada e claustros a este do
claustro de D. Afonso V, destinados aos noviços e à hospedaria.
Em 1755, o terramoto de
Lisboa provocou a queda da cúpula da Capela do Fundador. No ano de 1811, surgiu
a ocupação pelas tropas francesas e o incêndio nas instalações conventuais a
este. Em 1834, deu-se a extinção das ordens religiosas e abandono do convento
pelos monges. Em 1840, teve início um novo ciclo de restauros, continuados a
partir de 1852, por interferência de D. Fernando II.
Nos séculos XIX/XX procedeu-se
a uma alteração das pendências que rodeiam o Claustro de D. Afonso V para a
instalação de serviços públicos.
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