O Mosteiro de Santa
Cruz, em Coimbra, começou a ser construir no século XII e é lá que repousam os
restos mortais do fundador da pátria, D. Afonso Henriques, e do seu sucessor, o
rei D. Sancho I.
Neste mosteiro
predominam os estilos românico, manuelino, renascentista e maneirista. No
passado, este espaço albergou um convento crúzio. Hoje, tem uma função
educativa e cultural, englobando uma biblioteca e Associação de Artistas de
Coimbra.
Trata-se de um conjunto
arquitetónico híbrido, com alguns elementos decorativos românicos e onde se
nota as várias intervenções ocorridas ao longo dos séculos: o Claustro Do
Silêncio, de Manuel Pires, de planta quadrada com abóbadas e decoração
manuelina; o púlpito renascentista da autoria de Nicolau Chanterene, datado de
1521; a sacristia de Pedro Nunes Tinoco de 1662, importante obra maneirista,
apresentando no interior telas de Grão Vasco e Cristóvão e Figueiredo.
O complexo tem uma
planta longitudinal, desenvolvendo-se o claustro ao lado da igreja e as
restantes dependências no seguimento desta.
A igreja é uma nave,
com duas capelas laterais. A fachada é constituída por duas torres
quadrangulares, rematadas de coruchéus enquadrando o portal, de composição
decorativa exuberante.
No interior, na nave,
existem colunas torsas que sustentam os arcos abatidos da abóbada. Na
capela-mor, de abóbada manuelina, encontram-se os túmulos de D. Afonso
Henriques e D. Sancho I, obras quinhentistas do mestre Chanterene, mandadas
executar pelo rei D. Manuel I. Antes das arcas tumulares encontramos um
pórtico, constituído por dois contrafortes decorados com medalhões, nichos e estátuas,
dos Apóstolos no túmulo de D. Afonso Henriques e das Sete Virtudes no de D.
Sancho, que sustentam arcos policêntricos.
A primeira pedra do
Mosteiro de Santa Cruz foi lançada em 1131 (ainda antes de haver Portugal),
pelos clérigos D. Telo e D. João Peculiar. Trinta e quatro anos depois, D. Maria,
filha de D. Martinho, do Tombo dos Serpas, doou ao mosteiro as terras de
Papízios e Almaça.
Já na primeira metade
do século XV, D. Frei Gomez, nomeado prior do mosteiro, realizou várias obras,
entre as quais merecem destaque a transformação das duas capelas laterais, a
reforma das abóbadas e da sacristia.
No século XVI tiveram
lugar obras na fachada e no interior da igreja, claustro e capítulo. Em 1521, o
púlpito foi executado por Chanterene. No ano de 1582, tomou-se a decisão, em
reunião do capítulo crúzio, de mandar executar a capela de S. Teotónio e o
forro de azulejos, enxaquetados até meia altura das paredes da Sala do
Capítulo. Ainda no mesmo século, 1588 é a data provável do fim da construção da
capela de São Teotónio.
Em 1662, surgiu uma
nova Sacristia, de Pedro Nunes Tinoco. No século XVIII, deu-se a alteração da
fachada e, em 1834, com a extinção das ordens religiosas, instalou-se no
claustro uma biblioteca.
Sem comentários:
Enviar um comentário