É do conhecimento geral que os meses do ano estão organizados naquilo que hoje chamamos o calendário, mas este nem sempre teve a disposição que agora conhecemos.
A origem do calendário
remonta aos primeiros tempos da civilização romana, quando o lendário fundador
de Roma, Rómulo, ordenou o calendário existente em dez meses, de 30 ou 31 dias,
perfazendo um total de 304 dias.
O primeiro mês, Março,
foi dedicado a seu pai, o deus Marte, originalmente, deus da fertilidade, da agricultura e regulador das estações do ano.
Além disso, era também invocado como deus da guerra, pelo que do seu nome (Mars) derivam nomes do foro bélico como marcial.
Quanto ao mês seguinte,
Abril, tem uma origem controversa, mas prevalecem duas teorias mais
convincentes. Para uns, é o mês dedicado a Afrodite (Vénus, entre os Romanos),
pois no primeiro dia deste mês realizava-se as festas em honra desta deusa. Para
outros, o termo deriva do adjetivo substantivado aprilis (de mensis aprilis),
etimologicamente relacionado com o verbo “aperire” que significa “abrir”,
porque é no início da primavera que toda a natureza se abre, desde as flores
até à terra.
Maio e Junho são meses
dedicados a duas deusas: Maia, deusa da primavera e da agricultura; Juno,
esposa de Júpiter (pai dos deuses) e deusa protetora das mulheres.
Os meses seguintes
receberam a designação do numeral cardinal ou ordinal que lhe correspondia.
Assim, surge Quintilis (de
“quintus”), Sextilis (de “sextus”), September (de “septem” – sete), October (de “octo” – oito), November (de “novem” – nove), December (de “decem” – dez).
O sucessor de Rómulo,
Numa Pompilo, que governou Roma entre 714 a.C. e 671 a.C., acrescentou mais
dois meses ao calendário: Januarius e
Februarius.
Januarius
(Janeiro)
deriva de Janus (Jano), um dos mais
antigos deuses de Roma, representado com duas faces, um olhando para trás, para
o passado, e outro para a frente, para o futuro. Este mês passou a abrir o ano,
em vez de Março, pois Jano era considerado o deus dos começos.
O nome Februaris surge em alusão a februa,
grande festa de purgação e expiação, realizada a 15 deste mês e destinada a
purificar o corpo e o espírito para a entrada em pleno no novo ano.
Séculos mais tarde, Quintilis, passou a denominar-se Julius, em homenagem póstuma a Júlio César, para, deste modo, perpetuar o nome do imperador nascido neste mês.
Uma outra alteração
ficou a dever-se ao seu sucessor e sobrinho-neto, Gaio Júlio César Otaviano, a
quem o senado e os romanos decidiram atribuir o título de Augustus que significa “venerado”, “magnífico”, “majestoso”, “consagrado”,
por reconhecerem o seu reinado como o período mais brilhante da história de
Roma.
Augusto escolheu Sextilis para receber como nome a
designação do seu título, porque era o mês a seguir a Julius, dedicado a Júlio César. E como não era
nada modesto, Otávio decidiu aumentar o número de dias do mês de Agosto, de 30
para 31, pois não queria ficar atrás do seu antecessor, já que Julius
tinha 31 dias. É por este motivo que Julho e Agosto têm ambos 31 dias.
Em 1582, o papa
Gregório XIII procedeu à correção do número de dias de cada mês, dando origem
ao calendário que ainda hoje utilizamos e que por isso recebe o nome de
Calendário Gregoriano.
Sem comentários:
Enviar um comentário