Tal como a moda, Hollywood funciona em função de tendências. 1995 foi ano de valorizar os atores-realizadores e também por isso Braveheart, o Desafio do Guerreiro, protagonizado foi Mel Gibson, foi o grande triunfador.
Braveheart, o Desafio do Guerreiro, é uma produção de grandes proporções que se traduz em puro espetáculo, cheio de história, emoção e entretenimento.
O filme aborda a história dum guerreiro escocês, William Wallace, e da revolta que este lidera contra o rei inglês Eduardo I.
Com um misto de fúria e patriotismo, impulsionados pela morte da mulher às mãos de soldados ingleses, no dia seguinte ao casamento secreto de ambos, Wallace assume o papel de herói lendário junto do seu povo. No entanto, os chefes escoceses não partilhavam da mesma opinião e trai-lo-ão. Acabará preso, torturado, executado em praça, mas nunca renegará a legitimidade da sua luta.
Neste filme tudo é grandioso, sobretudo as cenas das batalhas. Houve mesmo quem criticasse o excesso de realismo destas cenas, pois é notório o que o sangue corre em abundância e isso impressionou bastante os espectadores mais sensíveis.
A direção de atores foi muito bem conseguida. Mel Gibson conseguiu colocar em campo milhares de figurantes, entre cavaleiros, archeiros, soldados de infantaria, de uma maneira ordenada e bem articulada.
Gibson filmou mais que uma história, ele filmou o mito! Isso fica muito evidente quando observamos certos diálogos do filme e percebemos o seu carácter moderno. Um exemplo claro disso é o ultimato apresentado aos ingleses:
«As condições da Escócia são as seguintes: que o vosso comandante se apresente à frente do nosso exército, meta a cabeça entre as pernas e beije o seu rabo.»
Hollywood premiou Mel Gibson como realizador e como produtor, mas negou-lhe a glória enquanto ator. Talvez porque a atuação de Nicolas Cage, nesse longínquo 1995, em “Morrer em Las Vegas” tenha sido mesmo assombrosa…
Apesar de falhar o óscar de melhor ator, Gibson conseguiu o mais importante: fazer do seu “Braveheart, o Desafio do Guerreiro” um filme que ficará para sempre na história do cinema.
Se um dia destes voltarem a vê-lo reparem na extraordinária fotografia do filme e no magnífico trabalho que a equipa de maquilhagem fez com os atores. Os grandes filmes são assim: uma descoberta permanente de beleza.
Gabriel Vilas Boas
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