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quinta-feira, 16 de outubro de 2014

GOLCONDA, DE MAGRITTE


 GOLCONDA é, simultaneamente, um dos quadros mais conhecidos do pintor belga René Magritte e uma das telas mais famosas do século XX.
Este peculiar quadro dos anos 50 mostra centenas de homens de chapéu de coco a flutuar no céu, por cima duma normal rua ou talvez a “chover” sobre ela.  
Objeto de inúmeras imitações, o quadro tem inspirado desde anúncios publicitários a banda desenhada.
Embora se trate duma imagem estranha e irreal, é-nos apresentada duma forma muito objetiva e simples. A pintura é lisa e as cores e sombras são realistas. Assim, se olhados separadamente, os homens e as casas afiguram-se-nos muito convincentes. É a combinação destes dois elementos que os faz parecer absurdos.
Um olhar mais atento ao quadro permite verificar que há homens de três tamanhos, cada qual cuidadosamente disposto em filas. Aparentemente anónimos e idênticos, os homens apresentam pequenas diferenças entre si, como por exemplo a diferente postura. Há quem considere que os homens se baseiam no próprio Magritte, que se vestia frequentemente de chapéu de coco.
O resultado é cómico, mas também nos obriga a refletir sobre a arte.
O pintor, René Magritte, referiu que tentou desafiar as expectativas dos observadores, com este óleo sobre tela.
Os quadros do artista belga lembram-nos que, por mais convincentes que possam parecer, as pinturas não são reais. São ilusões criadas por um artista e mentem tão facilmente como contam a verdade.
O título da obra – Golconda – não foi dado pelo pintor, mas pelo seu grande amigo, o poeta Louis Scutenaire, que é homenageado por Magritte nesta pintura, ao incluir o seu rosto no homem grande, postado sobre a chaminé da casa do lado direito da imagem.
Atualmente, o quadro está nos EUA, em Houston, inserido na coleção Menil.

                                                                    Gabriel Vilas Boas.

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