GOLCONDA é, simultaneamente, um dos
quadros mais conhecidos do pintor belga René Magritte e uma das telas mais
famosas do século XX.
Este peculiar quadro dos anos 50 mostra centenas de
homens de chapéu de coco a flutuar no céu, por cima duma normal rua ou talvez a
“chover” sobre ela.
Objeto de inúmeras imitações, o quadro tem inspirado
desde anúncios publicitários a banda desenhada.
Embora se trate duma imagem estranha e irreal, é-nos
apresentada duma forma muito objetiva e simples. A pintura é lisa e as cores e
sombras são realistas. Assim, se olhados separadamente, os homens e as casas
afiguram-se-nos muito convincentes. É a combinação destes dois elementos que os
faz parecer absurdos.
Um olhar mais atento ao quadro permite verificar que há
homens de três tamanhos, cada qual cuidadosamente disposto em filas.
Aparentemente anónimos e idênticos, os homens apresentam pequenas diferenças
entre si, como por exemplo a diferente postura. Há quem considere que os homens
se baseiam no próprio Magritte, que se vestia frequentemente de chapéu de coco.
O resultado é cómico, mas também nos obriga a refletir
sobre a arte.
O pintor, René Magritte, referiu que tentou desafiar as
expectativas dos observadores, com este óleo sobre tela.
Os quadros do artista
belga lembram-nos que, por mais convincentes que possam parecer, as pinturas
não são reais. São ilusões criadas por um artista e mentem tão facilmente como
contam a verdade.
O título da obra – Golconda – não foi dado pelo pintor,
mas pelo seu grande amigo, o poeta Louis Scutenaire, que é homenageado por
Magritte nesta pintura, ao incluir o seu rosto no homem grande, postado sobre a
chaminé da casa do lado direito da imagem.
Atualmente, o quadro está nos EUA, em Houston, inserido
na coleção Menil.
Gabriel Vilas Boas.
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