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segunda-feira, 13 de outubro de 2014

AO SOM DOS... U2



Hoje, a mais famosa banda rock dos últimos quarenta anos lança o seu 13.º álbum, Songs of Innocence. Os U2 estão de regresso, após cinco anos de interregno, e prometem satisfazer os seus fãs com mais um conjunto de boas canções.
                A banda irlandesa, liderada pelo carismático Bono Vox, marcou a minha geração. Algumas das suas canções sabemo-las de cor e estão associadas a momentos importantes das nossas vidas.
                Nasceram na Irlanda, em 1976, mas é a partir do início da década de oitenta que se impõem como um grupo que atrai os jovens pela alegria, dinâmica e variedade de estilos musicais. Só que Bono e Edge tinham planos bem elevados para o grupo. Achavam que a música pode ser a melhor maneira de influenciar as pessoas, porque faz vibrar os seus sentimentos mais profundos e as impele às ações mais nobres.


                Ao mesmo tempo que criavam grandes músicas e escreviam letras cheias de simbolismo político, social e pessoal, os U2 decidiram ser um grupo totalmente dedicado a causas cívicas, de grande relevo pelo mundo. Hoje, podemos mesmo dizer que eles são uma grande ONG dos direitos humanos à escala planetária. Há trinta anos que participam em eventos humanitários de enorme importância, chamando a atenção para problemas como a Sida, a fome em África, as lutas intestinas na Irlanda do Norte, o elevado peso da dívida dos países do terceiro mundo, as questões ambientais, o excesso de consumismo. Fazem-no não apenas emprestando o nome e a música, mas doando receitas e levando outros a implicar-se nestas causas humanitárias.
Os U2 são um exemplo para qualquer grupo de música a nível mundial, pela qualidade da sua música, pela oportunidade dos temas e das letras, pela coragem em chamar atenção para os verdadeiros problemas do mundo. Fazem-no sem polémicas, sem agressividade, sem protagonismos excessivos e bacocos. Focam-se no essencial e dão o exemplo.


Este álbum, Songs of Innocence, é mais um exemplo da sua maneira de estar na vida e na música. Há um mês esteve disponível gratuitamente na plataforma iTunes, hoje é lançado nos formatos clássicos e vinil. Bomo diz que é o trabalho mais pessoal que escreveu e a temática lembra a juventudes dos cinquentões que mudaram a forma de vermos a música nas últimas três décadas.
Para terminar, escolhi a mais emblemática canção do grupo – ONE – escrita no mesmo dia do ano em que este blogue nasceu e toda ela é cheia de simbolismo para o grupo.
Bono escreveu a letra, no início do ano de 1992, quando os U2 atravessavam uma grave crise, havendo sérios conflitos entre os seus membros. A letra descreve a luta que sempre é preciso ter para manter-nos boas relações uns com os outros.  Como muito bem reconheceu Bono, ONE é uma canção sobre o sentimento de união que todos devemos cultivar. Com ela, Bono quis-nos lembrar que a união entre as pessoas é uma necessidade fundamental para a sobrevivência. Devemos tê-la porque precisamos de viver uns com os outros. Temos de saber conviver com a diferença de cor, de ideologia, de religião, de orientação sexual, de pensamento…
E é esta mensagem de tolerância, união e paz que tornou os U2 um grupo icónico e universal.
Gabriel Vilas Boas

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