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terça-feira, 14 de outubro de 2014

CATS EM PORTUGAL


Por estes dias, passa por Lisboa o cometa CATS. O musical mais famoso do mundo estacionou todo o esplendor no centro do Lisboa, na praça de touros do Campo Pequeno e por lá ficará até ao próximo domingo.
        Claro que conhecia a fama, o prestígio do espetáculo que Andrew Lloyd Webber criou no início da década de oitenta a partir de poemas de T.S. Eliot, mas o espetáculo superou todas as minhas expectativas. Por norma, não aprecio musicais, mas é impossível não ficar rendido à excelência deste espetáculo que já foi visto por mais de 50 milhões de pessoas em todo o mundo, percorrendo mais de vinte países e tendo permanecido em exibição, em Londres, mais de vinte anos.
          Só um espetáculo extraordinário é que seria capaz dum feito igual e CATS é um espetáculo inigualável no seu género, cativando jovens e menos jovens com uma energia e magia que não estamos habituados a ver em Portugal.
                A última vez que estiveram em Portugal – Porto, 2006 – já os gatos mais famosos do planeta viviam a sua segunda vida.

                O fabuloso elenco de 28 atores atuou durante 140 minutos, dançando do princípio ao fim, ao mesmo tempo que contavam a história dos Jellicle Cats a cantar. Os vários atores/bailarinos deliciaram a plateia repleta com coreografias belíssimas e “impossíveis” de executar, transportando-a para um mundo de sonho.
               A história dos Jellicle Cats foi contada em duas partes, com um intervalo pelo meio, sempre em inglês, mas com a tradução a ser facultada aos espectadores através de dois ecrãs gigantes.
     Qualquer criança de 8/9 anos percebia claramente que os Jellicle Cats se reuniram numa noite especial para celebrar a sua raça. Cantando, os Cats lá foram explicando ao público as suas habilidades únicas e as suas características especiais. Na noite mais importante do ano, os Jellicle Cats esperavam a chegada do seu líder, o sábio Old Deuteronomy, a quem competia escolher qual dos Cats Jellicle iria viajar para Heaviside a fim de renascer para uma nova vida. Enquanto os vários gatos vão exibindo os seus atributos ao grande líder, a glamourosa gata Grizabella é posta de parte por anos atrás ter deixado os Jellicle para ir explorar o mundo. Um grande estrondo marca a chegada do gato vilão, Macavity, que afugenta todos os outros e deixa o palco vazio. Entretanto, o velho sábio Old Deuteronomy chega e todos os felinos voltam à cena para representar para o seu grande e sábio líder “A  horrível batalha dos Pekes e dos Pollicles”, cuja base musical é o tema The Marching Song of the Pollicle Dogs. Os gatos vestem-se como se duas fações rivais de cães se tratassem e ladram incessantemente, até que são enxotados pelo grande Gato Rumpus.
Macavity há de reaparecer para assustar os gatos, mas a presença do sábio Old Deuteronomy acalmá-los-á, fazendo-os regressar. Grizabella reaparece.
No entanto, o bom ambiente é novamente quebrado pelo “Napoleão do Crime”, Macavity, que provocará nova explosão elétrica e deixará os Jellicle na escuridão. O vilão surge disfarçado de Deuteronomy, mas é descoberto. A redenção surgirá através do gato mágico, Mistoffelees. É ele que resgata o grande líder e devolve a alegria e confiança ao reino dos Jellicle Cats. O velho Deutoronomy reaparece e faz a escolha que todos ansiavam: Grizabella é a escolhida para renascer numa nova vida. A bela gata reaparece e volta novamente à sua Memory, relembrando como tudo era antes.
O espetáculo termina com a música que imortalizou este musical: MEMORY, cantada superiormente pela atriz Sophia Ragavelas. A letra, a música continuam a enternecer legiões de fãs e sábado não foi diferente.
O público ficou rendido à performance daquele excelente elenco de bailarinos-atores, superiormente dirigido por Alex Halpern. Talvez seja injusto destacar a atuação de algum ator, mas Joseph Poulton, no papel de Mistoffelees, esteve soberbo assim como Nicholas Pound, que fez de Old Deuteronomy. Para ele nem intervalo existiu, pois dedicou-o a dar autógrafos a dezenas de crianças que subiram ao palco para contactarem com a personagem mais querida dos CATS.

Quando o espetáculo terminou, a noite e chuva tinham descido sobre Lisboa, então iluminada, e todos os espectadores exibiam um largo sorriso de satisfação. O espetáculo tinha superado as expectativas dos mais exigentes.
Por mais cinco noites, o cometa brilhará nos céus de Lisboa, lá para os lados do Campo Pequeno. Se estiverem por perto, não hesitem em comprar bilhete para o contemplar. Nunca se sabe quando passará novamente por cá…
Gabriel Vilas Boas

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