Talvez haja outras mas a únicas tentações
conventuais disponíveis no mercado são… os doces. Este fim-de-semana provocaram
os sentidos dos amarantinos que visitaram os claustros do Mosteiro de São
Gonçalo.
Apesar da fraca publicidade do evento,
milhares de pessoas percorreram os vários stands de does conventuais
portugueses. O maior destaque foi dado apos doces conventuais da cidade de
Amadeo de Souza Cardoso, com todas as pastelarias de referência da cidade a
marcarem presença com o quinteto maravilha da doçaria conventual amarantina (lérias,
foguetes, papos de anjo, brisas do Tâmega, São Gonçalos) e outros apontamentos
gulosos inovadores como o “frade” e a “freira” da Pastelaria Mário.
Por entre propostas de licores tentadores (o Licor de Lamego sugeria provas gratuitas de alguns dos seus esplêndidos licores. Provei o “Licor Tentação” e percebi a razão de ser do nome, enquanto a dona, orgulhosa, me explicava o magnífico design das garrafas e dos rótulos), as melhores escolas da doçaria conventual portuguesa marcavam presença: o pão-de-ló de Margaride olhava de lado o irmão molhado de Ovar; os doces conventuais de Alcobaça (Que oferta: queijadas de Santa Maria, Encanto das Monjas, Pudim de Cister, Sua Santidade…) tinham dois representantes; os ovos-moles de Aveiro apresentavam oferta robusta em caixinhas de design colorido; as paciências das irmãs clarissas do Louriçal chamava atenção pela sua inesperada combinação de vinho do Porto e noz; a surpreendente doçaria eborense convivia paredes meias com os celebérrimos pasteis Tentúgal sem conflito de interesses; da serra algarvia um simpático casal trazia licores e D. Rodrigos com fartura, exponenciando o inconfundível sabor dos figos, alfarrobas, poejos e amêndoas algarvias.
As tentações saíram do convento: gostosas,
misteriosas e irresistíveis, as tentações conventuais querem que os portugueses
se percam (e pequem) por elas. Provavelmente, os doces conventuais são o pecado
mais santo que existe.
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